Vaso de cerâmica era usado para a fabricação de vidro, em fábrica no Egito que funcionou 1.250 anos antes de Cristo
(foto:Science)

Primórdios da fabricação do vidro
17 de junho de 2005

Dupla de pesquisadores europeus encontra indícios de que uma fábrica de vidro funcionou no Delta do Nilo, Egito, em 1.250 anos a.C. Apesar de as evidências apontarem a Mesopotâmia como o berço do material, a nova descoberta poderá mudar esse ponto de vista

Primórdios da fabricação do vidro

Dupla de pesquisadores europeus encontra indícios de que uma fábrica de vidro funcionou no Delta do Nilo, Egito, em 1.250 anos a.C. Apesar de as evidências apontarem a Mesopotâmia como o berço do material, a nova descoberta poderá mudar esse ponto de vista

17 de junho de 2005

Vaso de cerâmica era usado para a fabricação de vidro, em fábrica no Egito que funcionou 1.250 anos antes de Cristo
(foto:Science)

 

Agência FAPESP - Lingotes de vidro para exportação, que seriam utilizados principalmente para a produção de recipientes para perfumes ou outros líquidos. Há mais de 3,2 mil anos, poder controlar esse processo era um sinal de status, além de força econômica e política.

Apesar de todas as evidências apontarem a Mesopotâmia como a região onde surgiram as primeiras fábricas de vidro, descobertas recentes publicadas na edição desta sexta (17/6) da revista Science podem deixar o Egito em alta. Artefatos encontrados no Delta do Nilo atestam que no local, em 1.250 a.C., funcionou uma grande fábrica de vidro.

A pesquisa realizada por uma dupla de cientistas da Europa conseguiu não apenas identificar as grandes dimensões da fábrica, como mapear a linha de produção que existia lá. No início do processo, o material bruto era colocado em vasos de cerâmica para ser aquecido, quebrado e lavado.

No segundo momento da produção, o vidro, que era transportado para outros locais em forma de lingotes, era colocado em uma espécie de cadinho para receber várias cores. O retrabalho do vidro, para a produção de vasilhames de perfumes, por exemplo, não era feito naquela fábrica.

Enquanto no início do processo a temperatura de trabalho do material não passava dos 950 graus Celsius, na segunda parte, o aquecimento chegava aos 1.100 graus Celsius. Hoje, mesmo com toda a inovação tecnológica, os vidros são produzidos a, no máximo, 1.500 graus.

A venda de vidro ou a troca desse material por outros produtos tinha um papel importante na região Mediterrânea e do Oriente Médio ao longo do fim da Idade do Bronze. No caso específico do Egito, e da fábrica agora descoberta, a disponibilidade do produto em cores vivas acrescentava muito mais ao processo econômico.

O artigo Late Bronze Age Glass Production at Qantir-Piramesses, Egypt , de Thilo Rehren, da Universidade de Londres, e Edgard Pusch, do Museu Pelizaeus, na Alemanha, pode ser lido no site da Science, em www.sciencemag.org


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