Pesquisadores descobrem no México as mais antigas evidências de cultivo do milho, deixadas há cerca de 8.700 anos (foto: divulgação)
Pesquisadores descobrem no México as mais antigas evidências de cultivo do milho, deixadas há cerca de 8.700 anos. Estudo é destaque na revista Proceedings of the National Academy of Sciences
Pesquisadores descobrem no México as mais antigas evidências de cultivo do milho, deixadas há cerca de 8.700 anos. Estudo é destaque na revista Proceedings of the National Academy of Sciences
Pesquisadores descobrem no México as mais antigas evidências de cultivo do milho, deixadas há cerca de 8.700 anos (foto: divulgação)
Agência FAPESP – Entre as centenas de plantas que foram domesticadas nas Américas, nenhuma tem recebido tanta atenção nem tem sido assunto de debates como o milho, um dos grãos mais importantes para a alimentação no continente.
Controvérsias têm existido há anos a respeito de qual foi o ancestral selvagem do milho e quando – e onde – ele foi domesticado pela primeira vez. Um consenso é que a cada estudo publicado, a data do primeiro registro de plantio do grão no continente se torna mais distante.
Em dois artigos que serão publicados esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences, um grupo internacional de pesquisadores descreve evidências que indicam a domesticação do milho há cerca de 8.700 anos, a mais antiga data até hoje encontrada para a cultura da planta nas Américas.
Estima-se que o milho tenha sido domesticado originalmente no México, a partir da gramínea teosinto, possivelmente na região do vale do rio Balsas, no sudoeste do país. Mas, até agora, não haviam sido feitos no local estudos arqueológicos voltados a habitação e agricultura.
Dolores Piperno, do Museu de História Natural do Instituto Smithsonian, e Anthony Ranere, da Universidade Temple, ambos nos Estados Unidos, coordenaram uma pesquisa de campo no vale Balsas em busca de registros de ocupação humana entre 9 mil e 8 mil anos atrás.
Os cientistas descobriram, após escavação em uma área rochosa conhecida como Xihuatoxtla, ferramentas de pedra e amostras microscópicas de vegetais fossilizados. A análise, conduzida em parceria com pesquisadores do Instituto de Pesquisa Tropical do Smithsonian, no Panamá, revelou evidência direta da domesticação do milho e de uma espécie de abóbora.
“Os resultados confirmam a domesticação no início do Holoceno [período geológico atual, que começou há cerca de 11 mil anos] do milho e indicam que essa é outra cultura importante no Novo Mundo que teve sua origem em uma floresta tropical”, disse Dolores.
“Mas será preciso realizar muitor outros estudos na região do Balsas central de modo a investigar períodos anteriores, quando o teosinto passou a ser explorado pelas antigas populações humanas e, posteriormente, cultivado”, apontou.
O estudo indica que o plantio do milho teria se alastrado para o Panamá há cerca de 7,6 mil anos, chegando ao norte da América do Sul há cerca de 6 mil anos.
Os artigos The cultural and chronological context of early Holocene maize and squash domestication in the Central Balsas River Valley, Mexico e Starch grain and phytolith evidence for early ninth millennium B.P. maize from the Central Balsas River Valley, Mexico poderão ser lidos em breve por assinantes da Pnas em www.pnas.org.
A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.