Prótons se deslocam com sucesso pelos 27 km do maior acelerador de partículas do mundo, abrindo um novo capítulo no estudo do Universo e de seus componentes mais elementares (divulgação)
Prótons se deslocam com sucesso pelos 27 km do maior acelerador de partículas do mundo, abrindo um novo capítulo no estudo do Universo e de seus componentes mais elementares
Prótons se deslocam com sucesso pelos 27 km do maior acelerador de partículas do mundo, abrindo um novo capítulo no estudo do Universo e de seus componentes mais elementares
Prótons se deslocam com sucesso pelos 27 km do maior acelerador de partículas do mundo, abrindo um novo capítulo no estudo do Universo e de seus componentes mais elementares (divulgação)
Agência FAPESP – O grande dia do grande experimento chegou. Depois de duas décadas de planejamento e quase uma para construção, a Organização Européia para a Pesquisa Nuclear (Cern) ligou o maior instrumento científico já construído pelo homem, o LHC, ou “grande colisor de hádrons”.
Ainda é apenas um teste, o primeiro. A inauguração oficial do gigantesco acelerador de partículas que custou mais de US$ 8 bilhões, instalado na fronteira entre a França e a Suíça, está marcada para 10 de outubro. Mas a animação de milhares de pesquisadores em todo o mundo é fácil de entender.
O LHC traz a promessa de responder a alguns dos mais profundos mistérios da ciência, ao investigar as partículas mais elementares da matéria e replicar fenômenos que tiveram lugar durante o Big Bang, a explosão que teria dado origem ao Universo.
A primeira leva de prótons se deslocou por alguns instantes quase à velocidade da luz pela estrutura circular de 27 quilômetros, a cerca de 100 metros abaixo da superfície. O momento histórico ocorreu às 5h28 (hora de Brasília) desta quarta-feira (10/9), pouco antes de garrafas de champanhe serem abertas no Cern, mesmo local em que o inglês Tim Berners-Lee criou a web em 1990.
“É um momento fantástico. Agora, poderemos olhar para a frente, rumo a uma nova era de compreensão a respeito das origens e da evolução do Universo”, disse Lyn Evans, diretor do projeto do LHC.
“O LHC é uma máquina de descobertas. Seu programa de pesquisa tem o potencial de mudar nossa visão do Universo de forma profunda, continuando uma tradição de curiosidade que é tão antiga como a própria humanidade”, disse Roberty Aymar, diretor-geral do Cern.
“Máquina de descobertas”, “acelerador de respostas” ou simplesmente LHC, a estrutura foi projetada para acelerar partículas a energias até então impensáveis, de mais de 5 trilhões de elétron-volts, de modo que ocorram choques entre elas. As colisões, acreditam os cientistas, recriariam cenário semelhante ao ocorrido apenas um trilionésimo de segundo após o Big Bang.
Trata-se de algo jamais tentado e que, por isso mesmo, ninguém sabe ao certo qual será o resultado. Centenas de cientistas de mais de 80 países (entre os quais o Brasil) que participam do projeto não sabem o que acontecerá e quais leis prevalecerão após tais colisões.
“O fato de haver muitas teorias significa que não temos uma pista do que vai ocorrer. E é justamente isso que torna o LHC tão empolgante”, disse Pier Oddone, diretor do Acelerador do Laboratório Fermi, nos Estados Unidos, ao The New York Times. Até a estréia do LHC, estava no Fermilab o maior acelerador de partículas do mundo.
A partir do ano que vem, quando o LHC estiver em pleno funcionamento, muitos físicos esperam ver materializada uma partícula até hoje hipotética, o bóson de Higgs, teorizado pelo professor emérito da Universidade de Edimburgo, na Escócia, Peter Higgs.
De integrar a misteriosa matéria escura que envolve grande parte do Universo a revelar novas dimensões no espaço-tempo, o bóson reúne tantas possibilidades que chega a aproximar a ciência da ficção. Com o LHC, os cientistas poderão tentar identificar primeiro se a partícula existe e, depois, qual o seu papel.
Mais informações: http://public.web.cern.ch
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