Ameaçado, o mico leão-preto vive no Pontal do Paranapanema, interior de São Paulo
Foto: Divulgação IPÊ

Primatas ameaçados
10 de março de 2005

Sociedade Brasileira de Primatologia divulga as dez espécies de primatas mais ameaçadas de extinção no Brasil, que vivem em áreas das regiões Sudeste, Nordeste e Norte

Primatas ameaçados

Sociedade Brasileira de Primatologia divulga as dez espécies de primatas mais ameaçadas de extinção no Brasil, que vivem em áreas das regiões Sudeste, Nordeste e Norte

10 de março de 2005

Ameaçado, o mico leão-preto vive no Pontal do Paranapanema, interior de São Paulo
Foto: Divulgação IPÊ

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Sociedade Brasileira de Primatologia acaba de divulgar a lista das dez espécies de primatas brasileiros mais ameaçadas de extinção. As comunidades que correm o risco de desaparecer habitam áreas no Sudeste, Nordeste e Norte do país.

Entre as espécies em risco estão o muriqui-do-norte, presente na Bahia, Espírito Santo e em Minas Gerais, o guariba-de-mãos-ruivas, do Maranhão, e o sagüi-de-duas-cores, do Amazonas.

O Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), instituição que participou da montagem da lista, desenvolve projetos de pesquisa com duas espécies em particular, que fazem parte da listagem recém-divulgada. Tanto o mico-leão-preto como o mico-leão-de-cara-preta são alvos de programas de conservação que tentam alterar a situação dessas espécies.

No Pontal do Paranapanema, interior de São Paulo, o programa de conservação do mico-leão-preto, que tem mais de 20 anos, conseguiu triplicar nesse período o tamanho da comunidade. "Hoje, a estimativa é de que a região tenha aproximadamente 1.200 animais na natureza", disse a veterinária e coordenadora dos projetos Cristiana Saddy Martins à Agência FAPESP

A filosofia de ambos os programas – outros projetos estão sendo desenvolvidos por diferentes instituições – é promover a sobrevivência dos animais por meio da pesquisa, educação ambiental e desenvolvimento sustentável das regiões estudadas.

"O objetivo é conservar as espécies em seus hábitats naturais. Por isso, os trabalhos não contam apenas com pesquisa básica, mas também com ações de manejo específicas para cada uma das espécies", disse Cristiana.

No caso do mico-leão-de-cara-preta, que habita o litoral do Paraná, os estudos estão sendo feitos há dez anos, época em que a espécie foi descoberta. Para que a população de mico-leão-de-cara-preta não seja extinta – hoje existem cerca de 350 indivíduos – a pesquisadora aposta também no envolvimento da comunidade local da cidade paranaense de Superagüi.

"A conservação desses primatas vai muito além de simplesmente estudar as espécies", disse. É importante, segundo a pesquisadora, que os animais sejam reconhecidos como uma espécie símbolo de cada região.

A lista dos primatas mais ameaçados no Brasil:

Família Atelidae
Guariba-de-mãos-ruivas (Alouatta belzebul ululata), presente no Maranhão.
Bugio ou barbado (Alouatta guariba guariba), presente na Bahia e Minas Gerais.
Muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus), presente na Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais.


Família Callitrichidae
Mico-leão-de-cara-preta (Leontopithecus caissara), presente em São Paulo e Paraná.
Mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus), presente em São Paulo.
Sagüi-de-duas-cores (Saguinus bicolor), presente no Amazonas.


Família Cebidae
Macaco-caiarara (Cebus kaapori), presente no Maranhão e Pará.
Macaco-prego-de-peito-amarelo (Cebus xanthosternos), presente na Bahia, Minas Gerias e Sergipe.


Família Pitheciidae
Guigó (Callicebus barbarabrownae), presente na Bahia e Sergipe.
Guigó-de-coimbra-filho (Callicebus Coimbrai), presente em Sergipe.


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