Especialistas se reuniram na Grã-Bretanha para discutir o problema da acidez dos oceanos (foto: Nasa)

Preocupação com a acidez dos mares
20 de agosto de 2004

Na Grã-Bretanha, pesquisadores se unem para criar um plano de acompanhamento de um novo impacto ambiental, ainda muito negligenciado: os oceanos estão ficando cada vez mais ácidos

Preocupação com a acidez dos mares

Na Grã-Bretanha, pesquisadores se unem para criar um plano de acompanhamento de um novo impacto ambiental, ainda muito negligenciado: os oceanos estão ficando cada vez mais ácidos

20 de agosto de 2004

Especialistas se reuniram na Grã-Bretanha para discutir o problema da acidez dos oceanos (foto: Nasa)

 

Agência FAPESP - O problema preocupa diversos cientistas europeus, que se reuniram no início do mês na Grã-Bretanha. O objetivo do encontro, segundo a revista Nature, foi organizar um plano de acompanhamento de um novo impacto ambiental sobre os oceanos, cujas águas está ficando cada vez mais ácidas.

A afirmação do biólogo marinho Ulf Riebesell, do Instituto de Ciências Marinhas de Leibniz, na Alemanha, deu o tom do encontro: "Estamos correndo um sério risco". Conforme mostram os dados mais recentes, exatamente por causa do aumento da absorção de dióxido de carbono pela água do mar, o pH dos oceanos está mais baixo.

Segundo estimativas, desde a Revolução Industrial, no século 19, quando as emissões de carbono aumentaram bastante na atmosfera terrestre, o pH dos oceanos caiu 0,1. Apesar de parecer pouco, os cientistas alertam que a queda é suficiente para causar problemas para algumas espécies marinhas.

O pior é que o perigo não está estabilizado. Os cientistas calculam que, se não for feita nenhuma redução nas emissões de carbono, até 2100 o pH dos oceanos poderá estar 0,5 mais baixo. Como essa queda se dará em uma velocidade bastante rápida, em termos de escala geológica, muitas das espécies poderão não ter tempo de se adaptar à nova realidade físico-química marinha.

Os cientistas europeus, que estão desenvolvendo vários projetos para analisar o impacto dessa acidificação do ecossistema marinho, esperam agora sensibilizar as agências de financiamento internacionais para que amplos projetos de pesquisa de análise desse impacto possam ser desenvolvidos.

"Sabemos pouco do passado dos oceanos, mas temos a obrigação de dizer algo sobre o futuro deles", disse Riebesell.


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