Plano propõe estratégias para salvar raias e tubarões da costa brasileira, como o tubarão-mangona (Carcharias taurus)

Predadores vulneráveis
27 de dezembro de 2005

Plano propõe estratégias para salvar raias e tubarões da costa brasileira, como o tubarão-mangona (Carcharias taurus). Leia em reportagem da revista Pesquisa FAPESP

Predadores vulneráveis

Plano propõe estratégias para salvar raias e tubarões da costa brasileira, como o tubarão-mangona (Carcharias taurus). Leia em reportagem da revista Pesquisa FAPESP

27 de dezembro de 2005

Plano propõe estratégias para salvar raias e tubarões da costa brasileira, como o tubarão-mangona (Carcharias taurus)

 

Por Fabrício Marques

Revista Pesquisa FAPESP - Predadores de mares e rios, os tubarões e as raias que habitam ecossistemas brasileiros vivem o seu dia de caça. Nas últimas duas décadas, a pesca abusiva colocou na lista dos animais sob ameaça de extinção vários elasmobrânquios – classe que reúne os tubarões, as raias e os cações, os quais, em comum, têm o esqueleto formado apenas por cartilagens.

Pesquisas realizadas no Brasil baseiam a inclusão nessa lista de espécies que já foram bastante prevalentes na costa nacional como a raia Rhinobatoshorkelii, o tubarão-quati (Isogomphodon oxyrhynchus), o tubarão-boca-de-velha-listrado (Mustelus fasciatus), o peixe-serra (Pristis spp.), o tubarão-mangona (Carcharias taurus) ou o tubarão-anjo (Squatina spp). Esses animais têm crescimento relativamente lento, tardam a ingressar na idade adulta e reproduzem-se com parcimônia.

Não há sequer justificativa econômica para o infortúnio dos elasmobrânquios. Isso porque são raras as espécies que têm valor econômico, como é o caso da raia Dasyatis marianae, vendida para uso ornamental em aquários, ou do tubarão-toninha (Carcharhinus signatus), cujas carne e barbatanas são apreciadas. Na verdade, a imensa maioria de tubarões e raias são capturados por pesqueiros que buscam outros alvos, como cardumes de atum.

Mortos, acabam descartados. Ou então, para não perder a oportunidade, os pescadores arrancam produtos de algum valor, como dentes (usados como ornamentos) e barbatanas de tubarão (ingrediente de sopas em países asiáticos) e lançam as carcaças de volta ao mar. Faz anos que um grupo de oceanógrafos e ictiologistas alerta para o extermínio dos elasmobrânquios, mas agora eles tiveram a chance de apresentar uma estratégia para garantir a sobrevivência das espécies.

Trata-se do Plano Nacional de Ação para a Conservação e o Manejo de Peixes Elasmobrânquios no Brasil, que sugere uma série de medidas, como a moratória na exploração de algumas espécies, o aumento do controle dos barcos pesqueiros e o banimento de técnicas de pesca lesivas a tubarões e raias. O diagnóstico ampara-se em quase 200 artigos científicos.

Encaminhado ao Ministério do Meio Ambiente, é o resultado de dois anos de trabalho de 12 pesquisadores membros da Sociedade Brasileira para o Estudo de Elasmobrânquios (Sbeel), que trabalham em diferentes regiões do Brasil. O plano recomendaum esforço de pesquisa para conhecer melhor a biologia desses peixes e suas dinâmicas populacionais. Na costa brasileira, são conhecidas 85 espécies de tubarões e 55 de raias.

Clique aqui para ler o texto completo da reportagem da edição 118 de Pesquisa FAPESP.

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