Detalhe da obra Madona do Fuso, de Leonardo da Vinci, analisada pelo projeto britânico
Projeto Universal Leonardo, do Reino Unido, mostra como a tecnologia pode ser usada para interpretar obras do grande gênio do Renascimento. Marina Wallace, diretora do projeto, conta detalhes da experiência
Projeto Universal Leonardo, do Reino Unido, mostra como a tecnologia pode ser usada para interpretar obras do grande gênio do Renascimento. Marina Wallace, diretora do projeto, conta detalhes da experiência
Detalhe da obra Madona do Fuso, de Leonardo da Vinci, analisada pelo projeto britânico
Agência FAPESP - Como separar a obra de arte do objeto científico nos trabalhos de Leonardo da Vinci (1452-1519)? "Para da Vinci tudo era holístico. Podemos ver que ele, nos esboços iniciais de suas telas mais famosas, experimentava o tempo todo", disse Marina Wallace, diretora do projeto Universal Leonardo, do Reino Unido.
Marina esteve na terça-feira (10/10) no Rio de Janeiro, para participar do Simpósio Ciência e Arte 2006, que termina nesta quarta-feira no campus da Fundação Oswaldo Cruz.
Criado em 1998, o Universal Leonardo foi concebido com o objetivo de aumentar a compreensão do trabalho do gênio do Renascimento por meio da análise de uma de suas obras mais célebres, a Madona do Fuso.
Utilizando tecnologia contemporânea – raio X, tomografia computadorizada, scanners e raios ultravioleta – as análises feitas pelos pesquisadores do projeto revelam detalhes de como a pintura foi realizada e de quais eram as técnicas usadas pelo artista.
"O uso dessa tecnologia moderna na análise do trabalho de Leonardo da Vinci tem nos feito compreender melhor o que se passava na mente desse gênio da pintura", disse Marina. Segundo a também professora da Escola de Arte de Central Saint Martin, em Londres, talvez o resultado mais impressionante tenha sido a análise realizada por um scanner de infravermelho capaz de produzir imagens em alta resolução.
"Ao capturar partes da pintura, descobrimos os esboços feitos enquanto pintava a tela, sugerindo uma experimentação contínua por parte do artista. Também concluímos que algumas mudanças foram feitas quando o trabalho já estava terminado, o que nos fez perceber que o grande gênio talvez tivesse sentido a necessidade de revisar sua obra", observou Marina.
Segundo a análise feita pelo projeto, entre as mudanças feitas por da Vinci na obra está a retirada de uma estrutura arquitetônica, que no início do trabalho ficava no lado esquerdo da Madona. Outra mudança é que a pintura originalmente mostrava um grupo de pessoas posicionadas em frente a essa estrutura. "Da Vinci sempre foi tido como cientista, artista ou engenheiro e nosso projeto torna a sua arte um objeto científico", disse Marina.
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