Pesquisa feita na França, divulgada pela Sociedade de Fisiologia Norte-americana, aumenta a polêmica sobre a dieta criada pelo norte-americano Robert Atkins (foto: divulgação)

Ponto para Atkins
27 de julho de 2004

Pesquisa feita na França, divulgada pela Sociedade de Fisiologia Norte-americana, aumenta a polêmica sobre a dieta de Atkins, ao mostrar que a ingestão de elevados níveis de proteína não produz efeitos adversos e ainda apresenta resultados benéficos, além da perda de peso

Ponto para Atkins

Pesquisa feita na França, divulgada pela Sociedade de Fisiologia Norte-americana, aumenta a polêmica sobre a dieta de Atkins, ao mostrar que a ingestão de elevados níveis de proteína não produz efeitos adversos e ainda apresenta resultados benéficos, além da perda de peso

27 de julho de 2004

Pesquisa feita na França, divulgada pela Sociedade de Fisiologia Norte-americana, aumenta a polêmica sobre a dieta criada pelo norte-americano Robert Atkins (foto: divulgação)

 

Agência FAPESP - Um estudo feito por cientistas franceses, que acaba de ser divulgado pela Sociedade de Fisiologia Norte-americana (APS), promete colocar mais lenha na fogueira em relação à polêmica dieta de Atkins.

A pesquisa, feita em camundongos, verificou que um nível de ingestão de proteínas três vezes maior do que o normal não produz efeitos adversos em sistemas essenciais. Mais: os resultados apresentaram indicadores benéficos, como a redução do açúcar no sangue.

De acordo com a APS, dietas com altos níveis de proteínas induzem a mudanças metabólicas precoces em homens e animais, mas as conseqüências fisiológicas e funcionais ainda não haviam sido devidamente exploradas.

A nova pesquisa foi feita por pesquisadores do departamento de Fisiologia da Nutrição e do Comportamento Alimentar, do Instituto Nacional Agronômico de Paris, e do Serviço de Anatomia Patológica, do Hospital Avicenne, em Bobigny. Os resultados foram publicados no American Journal of Physiology-Regulatory, Integrative and Comparative Physiology, uma das 14 publicações mensais da APS.

O objetivo dos cientistas franceses foi investigar um amplo espectro de parâmetros bioquímicos, anatômicos e histológicos para determinar se uma dieta prolongada baseada em proteínas pode ter efeitos benéficos ou adversos. Os pesquisadores dividiram os camundongos em dois grupos. Enquanto o primeiro foi submetido a uma dieta tipo Atkins, o segundo passou por um regime sem proteínas.

Os resultados mostraram que uma dieta prolongada com altos níveis de proteína induz a uma diminuição marcante da ingestão de alimentos e a diminuição do tecido adiposo branco. Ao mesmo tempo, aumentaram os níveis de leptina, triglicérides e insulina basal, além da tolerância à glicose, nos organismos dos camundongos. O balanço de cálcio não foi afetado.

Diferente do que muitos acreditavam, a pesquisa francesa verificou que não houve efeitos adversos, particularmente em relação ao rim e fígado dos animais. Após seis meses de estudo, o peso dos camundongos alimentados com a dieta protéica era em média 18% mais baixo do que o peso do outro grupo.

De acordo com a APS, o estudo revelou também que a redução do peso dos animais submetidos à dieta protéica estava fortemente associada com a redução dos níveis de insulina e de açúcar no sangue, que pode ser atribuída à supressão de carboidratos. Os resultados são contrários a de pesquisas anteriores, que associaram a dieta protéica ao aumento nas concentrações de glicose e insulina.

A Sociedade de Fisiologia Norte-americana ressalta, entretanto, que o estudo feito na França, apesar de dar subsídios aos adeptos da dieta protéica, não irá acabar com a polêmica. A dieta foi criada pelo médico pelo norte-americano Robert Atkins e adotada, entre outros, pelos atores Brad Pitt e Jennifer Aniston e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O artigo A long-term high-protein diet markedly reduces adipose tissue without major side-effects in Wistar male rats, de autoria de Magali Lacroix, Claire Gaudichon, Antoine Martin, Celine Morens, Veronique Mathe, Daniel Tome e Jean-Francois Huneau, pode ser lido em http://ajpregu.physiology.org/cgi/content/abstract/00100.2004v1


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