Exposição à poluição atmosférica, ainda dentro do útero materno, pode trazer prejuízos futuros para a saúde do recém-nascido, disserem epidemiologistas como Nelson Golveia, da USP, em Olinda (foto: E.Geraque)

Poluição pré-natal
23 de junho de 2004

Exposição à poluição atmosférica pode trazer prejuízos futuros para a saúde do recém-nascido. Monóxido de carbono e material particulado são os principais problemas, mostram epidemiologistas como Nelson Gouveia, da USP, em Olinda

Poluição pré-natal

Exposição à poluição atmosférica pode trazer prejuízos futuros para a saúde do recém-nascido. Monóxido de carbono e material particulado são os principais problemas, mostram epidemiologistas como Nelson Gouveia, da USP, em Olinda

23 de junho de 2004

Exposição à poluição atmosférica, ainda dentro do útero materno, pode trazer prejuízos futuros para a saúde do recém-nascido, disserem epidemiologistas como Nelson Golveia, da USP, em Olinda (foto: E.Geraque)

 

Por Eduardo Geraque, de Olinda

Agência FAPESP - A poluição atmosférica em grandes cidades industriais, como São Paulo, tem um efeito negativo sobre a saúde de um bebê em fase de gestação. Pesquisadores como os do departamento de medicina preventiva da Universidade de São Paulo (USP) tentam descobrir como essas relações funcionam de forma precisa, para que os efeitos possam ser minimizados no futuro.

"É possível afirmar, por exemplo, que a poluição atmosférica em São Paulo, vamos dizer assim, desloca a curva de peso da criança no momento do nascimento para a esquerda", disse o epidemiologista Nelson Gouveia, da Faculdade de Medicina da USP.

Isso quer dizer, entre outras coisas, que quando expostas a concentrações elevadas de monóxido de carbono e material particulado, principalmente, os recém-nascidos vão nascer com um peso um pouco abaixo do que se tivessem sido gerados em locais menos poluídos.

Segundo Golveia, ao crescerem com peso baixo, esses indivíduos poderão, com mais freqüência, desenvolver problemas de saúde, inclusive, na fase adulta. Pelos estudos apresentados durante o 6º Congresso Brasileiro de Epidemiologia, em Olinda, tudo leva a crer que essa exposição pode trazer maiores problemas se ela ocorrer durante o primeiro trimestre de gestação.

Outro indicador que pode ajudar a medir o estado de saúde de um recém-nascido é o fato de ele chegar ao mundo de forma prematura. Para se enquadrar nessa classificação, o parto deve ter ocorrido antes de trigésima sétima semana de gravidez.

Dados analisados de mais de 330 mil crianças recém-nascidas mostram que a exposição a altas concentrações de monóxido de carbono e de material particulado também contribuem para o nascimento antes da hora. Mas, nesse item, os pesquisadores ainda têm dúvidas. Como em que período da gravidez isso tornaria o problema mais crítico, se no primeiro ou no terceiro trimestre.


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