Pó de ferro ultrafino para limpar o ambiente
05 de setembro de 2003

Desenvolvido por cientista da Universidade de Lehigh, nos Estados Unidos, material pode ser uma ferramenta eficiente na limpeza de solos contaminados e de reservatórios industriais de água

Pó de ferro ultrafino para limpar o ambiente

Desenvolvido por cientista da Universidade de Lehigh, nos Estados Unidos, material pode ser uma ferramenta eficiente na limpeza de solos contaminados e de reservatórios industriais de água

05 de setembro de 2003

 

Agência FAPESP - Ele é muito fino. As partículas do pó de ferro que há oito anos vem sendo desenvolvido na Universidade de Lehigh, nos Estados Unidos, por Wei-xian Zhang, têm diâmetro variando de 1 a 10 nanômetros. Minúsculo mais útil. De acordo com Zhang, o pó de ferro pode empregado em larga escala na limpeza de solos e de reservatórios industriais de água que estejam contaminados por substâncias tóxicas.

Os resultados do estudo do cientista foram publicados na edição do dia 3/9 do Journal of Nanoparticle Research. Zhang, professor de engenharia civil e ambiental da universidade, faz, no artigo, uma revisão dos últimos oito anos do projeto, e aponta as novidades.

Uma das principais está relacionada ao preço do quilo do pó de ferro em escala nanométrica. Se, no início dos estudos, mil gramas custavam US$ 500, agora ele pode ser comprado por dez vezes menos. Pelos cálculos do cientista radicado nos Estados Unidos, uma injeção de 11,2 quilos do produto consegue limpar uma área de 100 metros quadrados.

As partículas do ferro têm a conhecida propriedade química de oxidar, o que pode ser percebido pela simples alteração de cor do metal. Basta olhar para um parafuso que fica anos e anos próximo ao mar, por exemplo. Nas substâncias químicas tóxicas, que estão no solo ou nos reservatórios, essa reação consegue algo mais importante ainda em favor do meio ambiente.

O pó de ferro é capaz de quebrar as moléculas tóxicas e de transformá-las em simples compostos de carbono. A toxicidade da nova substância é muito menor do que a inicial. Em relação aos metais pesados como níquel, cromo e mercúrio, a reação provocada pelo pó de ferro ultrafino acaba aprisionando as moléculas tóxicas e impedindo que elas entrem no solo e, conseqüentemente, na cadeia alimentar.

Outro ponto a favor do pó é o próprio tamanho diminuto de suas partículas. Como, com a diminuição do tamanho, aumenta a superfície de contato do produto, o composto é até mil vezes mais reativo que um pó de ferro tradicional. O manuseio da substância também se torna bem mais fácil. Em vez de um caminhão, uma simples injeção de 10 ou 20 quilos é suficiente.

Testes em laboratórios feitos em solos contaminados mostraram que, após uma aplicação do pó ultrafino, em até dois dias as substâncias tóxicas tornaram-se menos ativas. O pó continuou presente no solo por seis ou oito semanas. Nesse período, as medições mostraram níveis dentro dos limites permitidos pela lei de contaminação e que o ferro detectado pela amostragem não era superior à ocorrência natural do metal.


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