Ennio Candotti, presidente da SPBC, revela os destaques da reunião que começa domingo em Cuiabá (foto: Agência FAPESP)

Pluralismo científico no Mato Grosso
16 de julho de 2004

Começa domingo (18/7), em Cuiabá, a 56ª reunião anual da SBPC. O presidente da entidade, Ennio Candotti, adianta para a Agência FAPESP alguns dos temas que estarão sendo discutidos pelos cerca de 10 mil participantes, como política científica, reforma universitária, células-tronco e biossegurança

Pluralismo científico no Mato Grosso

Começa domingo (18/7), em Cuiabá, a 56ª reunião anual da SBPC. O presidente da entidade, Ennio Candotti, adianta para a Agência FAPESP alguns dos temas que estarão sendo discutidos pelos cerca de 10 mil participantes, como política científica, reforma universitária, células-tronco e biossegurança

16 de julho de 2004

Ennio Candotti, presidente da SPBC, revela os destaques da reunião que começa domingo em Cuiabá (foto: Agência FAPESP)

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - As águas do Pantanal mato-grossense e da bacia Amazônica vão encontrar eco, a partir de domingo, na cidade de Cuiabá (MT), quando começa a 56ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Durante seis dias, cerca de 10 mil participantes estarão discutindo os rumos da pesquisa brasileira, no encontro que tem o tema Ciência na fronteira: ética do conhecimento. A Agência FAPESP fará a cobertura do evento direto da capital mato-grossense.

"A programação da reunião é muito aderente ao pluralismo de problemas que precisamos enfrentar", explica Ennio Candotti, presidente da SBPC, à Agência FAPESP. Um exemplo é a questão da água, seja da Amazônia ou do Pantanal, que será uma das discussões em pauta.

"Teremos também a questão da reforma universitária, da biossegurança, do uso das células-tronco e das políticas científica e industrial", disse. Nesse último ponto, segundo Candotti, se não houver uma sinergia entre as duas políticas, dificilmente haverá um avanço no setor. "Não podemos deixar também de discutir a questão da política científica e de como ela está sendo incorporada pelo governo."

Para o presidente da SBPC, a questão indígena, por sugestão da Associação Brasileira de Antropologia, também merecerá atenção especial, "assim como as questões raciais em geral". Segundo Candotti, o atual momento da ciência brasileira é crucial em termos de tomada de decisão. "As oportunidades que se abrem são enormes. Não podemos deixar de discutir isso e perceber quais são os melhores caminhos."

Apesar do pluralismo e das discussões políticas e econômicas que sempre atravessam as sessões das reuniões anuais, Candotti faz questão de frisar que o encontro também tem uma importância científica robusta. "Esse ano serão apresentados 3 mil trabalhos. A questão científica, como não podia deixar de ser, é um dos pilares da SBPC e estará presente em todas as sessões."

Para organizar o pluralismo científico, cinco grandes temas foram definidos pelos organizadores: "Desenvolvimento científico e tecnológico no Brasil"; "Pantanal e o desenvolvimento regional", "Diversidade sociocultural e o estado nacional", "Ciência na fronteira" e "Universidade brasileira".

É a primeira vez que a tradicional reunião será realizada em Cuiabá, que está se preparando há vários meses para receber os participantes. Apesar de ser uma sociedade nacional, as reuniões anuais da SBPC, realizadas desde 1949, concentraram-se mais, ao longo do tempo, na região Sudeste. Até hoje, metade dos encontros ocorreu em apenas quatro Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.

Esta será a quinta reunião na região Centro-Oeste. As outras foram em Goiânia (2002) e em Brasília (2000, 1987 e 1976). Em termos regionais, a distribuição se completa com 12 no Nordeste, 10 no Sul e uma única no Norte, realizada em Belém, em 1983.

A programação oficial da 56ª Reunião Anual da SBPC, inclusive com os eventos paralelos como a SBPC Jovem, a SBPC Cultural e a SBPC Indígena pode ser consultada no site oficial do evento, em www.sbpcnet.org.br/eventos/56ra


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