Fóssil encontrado na Alemanha é um dos mais bem preservados descobertos até hoje na Europa
(foto: G. Janssen)

Plumas e peles
16 de março de 2006

Fóssil encontrado na Alemanha, terceiro do grupo dos terópodes descoberto na Europa, embaralha o conhecimento científico sobre os dinossauros com características morfológicas incorporadas pelas aves

Plumas e peles

Fóssil encontrado na Alemanha, terceiro do grupo dos terópodes descoberto na Europa, embaralha o conhecimento científico sobre os dinossauros com características morfológicas incorporadas pelas aves

16 de março de 2006

Fóssil encontrado na Alemanha é um dos mais bem preservados descobertos até hoje na Europa
(foto: G. Janssen)

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - Que as aves atuais descenderam em algum momento da evolução de um grupo específico de dinossauros é uma tese com peso cada vez maior entre os paleontólogos. Mas o principal problema para os defensores da idéia é saber como isso ocorreu, em que ritmo e com qual gradação.

Um fóssil descoberto no sul da Alemanha, e descrito na edição da revista Nature desta quinta-feira (16/3), complica ainda mais a questão. Apesar de ser do grupo dos terópodes, que teria dado origem às aves, o Juravenator, como foi nomeado o novo fóssil, não apresenta evidência de ter tido algum tipo de plumagem.

"A descoberta é de fato surpreendente", disse Luis Chiappe, pesquisador do Museu de História Natural de Los Angeles, à Agência FAPESP. O cientista argentino radicado nos Estados Unidos é um dos autores do artigo, assinado também por Ursula Göhlich, da Universidade de Munique, na Alemanha.

A explicação pode estar relacionada com a genética. "É possível que tenha havido um controle dos genes sobre a formação ou não das plumas, de maneira parecida com a que ocorre com a formação dos dentes", diz Chiappe. Para o paleontólogo, o Juravenator pode ter tido uma bateria genética para o desenvolvimento das plumagens que foi inibida por algum motivo.

"Ainda há muito a aprender. Creio que vamos encontrar mais coelurossauros [grupo de dinossauros terópodes] sem plumas. O cenário certamente vai ficar ainda mais complexo", aponta Chiappe.

O fóssil encontrado no sítio de Solnhofen viveu no fim do Jurássico, há aproximadamente 150 milhões de anos. Ele era carnívoro e tinha uma mandíbula com 27 centímetros de comprimento.

O artigo A new carnivorous dinosaur from the Late Jurassic Solnhofen archipelago pode ser lido no site da revista Nature, por assinantes, em www.nature.com


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