Planetas precoces
08 de janeiro de 2007

Pesquisa feita a partir de dados do telescópio espacial Spitzer revela que planetas gigantes gasosos são formados logo após o surgimento das estrelas dos sistemas de que fazem parte

Planetas precoces

Pesquisa feita a partir de dados do telescópio espacial Spitzer revela que planetas gigantes gasosos são formados logo após o surgimento das estrelas dos sistemas de que fazem parte

08 de janeiro de 2007

 

Agência FAPESP – Os planetas gigantes gasosos – como Júpiter e Saturno no Sistema Solar – ou são formados durante os primeiros 10 milhões de anos de suas estrelas ou não se formarão mais, de acordo com estudo feito a partir de observações realizadas com o telescópio espacial Spitzer, da Nasa, a agência espacial norte-americana.

A pesquisa foi publicada no The Astrophysical Journal e terá seus resultados divulgados nesta segunda-feira (8/01) durante o 209º Encontro da Sociedade Norte-Americana de Astronomia, em Seattle, nos Estados Unidos.

O trabalho apresenta novas evidências de que os gigantes gasosos podem se formar bastante cedo em relação à história de suas respectivas estrelas. A vida de uma estrela como o Sol dura cerca de 10 bilhões de anos.

Ilaria Pascucci, do Observatório Steward da Universidade do Arizona, coordenou a equipe de astrônomos que conduziu a busca em torno de 15 jovens estrelas, na maior parte com idades entre 3 milhões e 30 milhões de anos.

Os cientistas utilizaram os sensores infra vermelhos do Spitzer para buscar gás aquecido nas partes internas de sistemas estelares, em áreas comparáveis, no Sistema Solar, à região entre a Terra e Júpiter.

A equipe, em seguida, procurou gás frio nas regiões externas desses sistemas solares com o telescópio de um observatório localizado no monte Graham, no Arizona. As zonas externas são análogas à região do Sistema Solar localizada além da órbita de Saturno.

Todas as estrelas no estudo – incluindo as mais jovens, com poucos milhões de anos – têm em torno delas uma quantidade de gás equivalente a menos de 10% da massa de Júpiter. Segundo os pesquisadores, isso indica que os gigantes gasosos já se formaram nesses novos sistemas solares análogos – ou não se formarão mais.

Os astrônomos suspeitam que o gás em torno das estrelas possa também ser importante para imprimir aos planetas rochosos, como a Terra, órbitas relativamente circulares. Se a órbita terrestre fosse altamente elíptica em vez de relativamente circular, as variações de temperatura no planeta seriam tão altas que impediriam o desenvolvimento de organismos complexos.

O artigo Formation and evolution of planetary systems: Upper limits to the gas mass in disks around sun-like stars, de Ilaria Pascucci e outros, pode ser lido por assinantes do The Astrophysical Journal em www.journals.uchicago.edu/ApJ.


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