Cientistas descobrem planeta que resistiu à expansão de estrela que passou pela fase de gigante vermelha, expandindo seu raio em mais de 100 vezes (divulgação)

Planeta sobrevivente
13 de setembro de 2007

Cientistas descobrem planeta que resistiu à expansão de estrela que passou pela fase de gigante vermelha, expandindo seu raio em mais de cem vezes. Sol deverá passar pela fase em 5 bilhões de anos

Planeta sobrevivente

Cientistas descobrem planeta que resistiu à expansão de estrela que passou pela fase de gigante vermelha, expandindo seu raio em mais de cem vezes. Sol deverá passar pela fase em 5 bilhões de anos

13 de setembro de 2007

Cientistas descobrem planeta que resistiu à expansão de estrela que passou pela fase de gigante vermelha, expandindo seu raio em mais de 100 vezes (divulgação)

 

Agência FAPESP – Dentro de cerca de 5 bilhões de anos, o suprimento de hidrogênio no núcleo do Sol deverá se esgotar, causando um colapso gravitacional. A estrela se tornará então uma gigante vermelha, expandindo seu raio em mais de cem vezes, possivelmente "engolindo" Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.

Esse parece ser o destino inevitável dos planetas interiores de qualquer sistema cuja estrela chega à fase de gigante vermelha. Mas um grupo internacional de cientistas acaba de descobrir um caso singular: um planeta com uma órbita semelhante à da Terra que sobreviveu à expansão de sua estrela.

A descoberta, publicada na edição desta quinta-feira (13/9) da revista Nature, foi feita por uma equipe coordenada por Roberto Silvotti, pesquisador do Observatório Astronômico de Capodimonte, em Nápoles, na Itália.

O gigante gasoso descoberto pela equipe de Silvotti é um caso inédito de planeta em órbita de uma estrela no último estágio de evolução – a fase de anã branca –, o que indica que resistiu à expansão estelar.

De acordo com os pesquisadores, em sua fase intermediária de vida, a estrela, conhecida como V 391 Pegasi, tinha massa semelhante à do Sol. Mas, por motivos ainda desconhecidos, a estrela teve sua camada de hidrogênio dissipada no fim de sua fase de gigante vermelha.

Durante a fase intermediária, o planeta estava a uma distância de 1 UA (unidade astronômica) da V 391 Pegasi – isto é, a mesma distância entre Sol e Terra. A expansão da gigante vermelha multiplicou por cem o raio original da estrela, que englobou 70% (0,7 UA) da distância planeta-estrela.

Mas, mais tarde, por razões desconhecidas, a estrela perdeu quase metade da sua massa, tornando-se uma subanã tipo B. Segundo os pesquisadores, o próprio planeta sobrevivente pode ter alguma influência nesse fenômeno.

Com a perda de massa, a força gravitacional da estrela foi reduzida e o planeta migrou para uma órbita mais distante, na qual está atualmente, de 1,7 UA. Os cientistas estimam que o planeta agora completa uma volta na estrela a cada 3,2 anos.

Segundo os pesquisadores, a descoberta de um sistema tão incomum representa uma oportunidade para entender melhor tanto as estrelas como os planetas.

Os autores apontam que a formação de estrelas subanãs de tipo B é muito pouco compreendida: 98% das estrelas que atingem a fase de gigante vermelha não são submetidas à catastrófica perda de massa característica da V 391 Pegasi.

O artigo A giant planet orbiting the "extreme horizontal branch" star V391 Pegasi, de Roberto Silvotti e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.


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