Pirata rumo ao Sul
03 de setembro de 2003

Projeto desenvolvido para monitorar as condições climáticas do Oceano Atlântico, que conta com a participação do Brasil, França e Estados Unidos, terá ampliação na área de cobertura

Pirata rumo ao Sul

Projeto desenvolvido para monitorar as condições climáticas do Oceano Atlântico, que conta com a participação do Brasil, França e Estados Unidos, terá ampliação na área de cobertura

03 de setembro de 2003

 

Agência FAPESP - Forró, reggae, samba, lambada e jazz. Além de ritmos musicais, esses substantivos também foram utilizados por cientistas brasileiros, norte-americanos e franceses para nomear algumas bóias do tipo Atlas, que estão espalhadas pelo Oceano Atlântico. Criado em 1995, em Fortaleza (CE), o programa Pirata (sigla em inglês para Rede de Pesquisa Piloto no Atlântico Tropical) é formado por 12 bóias no total. A cada hora, essas estações meteorológicas registram dados sobre as condições oceânicas e atmosféricas.

Segundo reportagem publicada na edição de 3/9 do Jornal do Commercio, de Recife, essa rede de monitoramento terá uma ampliação em sua área de cobertura nos próximos meses. A informação foi dada pelo meteorologista José Oribe Rocha de Aragão, durante um simpósio que ele coordenou na capital pernambucana.

O alcance do sistema, segundo o cientista, deverá se expandir para o Sul. Se hoje ele cobre dez graus abaixo da linha do Equador e 15 graus acima, no futuro próximo atingirá os 25 graus de latitude sul. Outro fato novo é a entrada de países africanos na parceria.

As informações obtidas nas estações de coleta de dados – elas ficam sobre bóias que estão ancoradas no fundo do oceano – são recebidas por instituições no Brasil e no exterior. Aqui, elas são registradas pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No exterior, as mesmas informações ficam registradas na Agência Nacional de Atmosfera e Oceano dos Estados Unidos e no Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da França.

Além do monitoramento diário do Atlântico Tropical, os dados também são bastante úteis para os cientistas por um outro motivo. A influência da temperatura daquela parte do oceano na atmosfera é fundamental para a formação das estações chuvosas no Nordeste.

Investigar melhor essas relações, assim como ocorre com o fenômeno El Niño no Oceano Pacífico, é considerado essencial pelos meteorologistas. Por este motivo, já existe um entendimento entre os representantes de vários Estados nordestinos para que seja criado um projeto de cooperação técnico-científico regional.


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