Inpa lança quatro formulações de sopa de piranha e negocia parceria para produzir o produto em escala industrial (foto: Inpa)
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia lança quatro formulações de sopa de piranha e negocia parceria para produzir o produto em escala industrial. O alimento, de alto valor agregado, é pouco consumido no país
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia lança quatro formulações de sopa de piranha e negocia parceria para produzir o produto em escala industrial. O alimento, de alto valor agregado, é pouco consumido no país
Inpa lança quatro formulações de sopa de piranha e negocia parceria para produzir o produto em escala industrial (foto: Inpa)
Agência FAPESP - Sopa de piranha com alto valor nutritivo é a novidade do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Trata-se de um alimento em pó que pode ser produzido a partir de diferentes tipos de piranha, um peixe pouco apreciado pela população em geral, por ser uma espécie carnívora que poderia atacar seres humanos.
A novidade foi apresentada em setembro na Feira Internacional da Amazônia, em Manaus. O Inpa desenvolveu quatro formulações da sopa: solúvel em água quente; versão comercial; destinada à merenda escolar; e a que deverá integrar o programa Fome Zero do Governo Federal. "As diferenças básicas são a quantidade de proteína, a solubilidade e o modo de preparo de cada uma", explica o responsável pelo desenvolvimento do produto, Edson Lessi, à Agência FAPESP.
"O produto é considerado de alto valor agregado, pois a piranha é abundante, de baixo custo e tem níveis de proteína semelhantes a de outros peixes tradicionais, como o pirarucu e o tambaqui", afirma o pesquisador da Coordenação de Pesquisas em Tecnologia de Alimentos (CPTA) do Inpa. "Além disso, a sopa pode contribuir para a manutenção dos ecossistemas da Amazônia, uma vez que a piranha não é consumida e acaba sobrando nos rios da região."
Segundo Lessi, o Inpa está em negociações com uma empresa do Rio de Janeiro para a industrialização do produto. Também estão sendo realizados estudos de viabilidades técnicas, econômicas, culturais e científicas para a produção em série da sopa instantânea. O instituto está elaborando um relatório que inclui a instalação de uma fábrica em Manaus.
O Inpa também quer promover a inserção da sopa no mercado internacional, por se tratar de um produto altamente nutritivo e com eventual caráter afrodisíaco. "Pretendemos ganhar uma fatia do mercado voltado para a linha de alimentos orgânicos e suplementos energéticos", conta Lessi.
O pesquisador explica que a carne de peixe tem 95% de digestibilidade, diferente da carne bovina (com 65%) e da soja (40%), sendo indicado para o consumo de crianças e idosos. Segundo ele, a industrialização da carne de peixe poderá gerar emprego e renda para as famílias da região.
"O alimento pode também ser utilizado como fonte nutricional para crianças que apresentam índice elevado de desnutrição em todo o Brasil", disse.
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