Piolho-de-cobra é eficaz no processamento de resíduos e na produção de adubo (Foto: Gongolo/Embrapa)

Piolho-de-cobra produz adubo de alta qualidade
29 de setembro de 2016

Piolho-de-cobra é eficaz no processamento de resíduos e na produção de adubo

Piolho-de-cobra produz adubo de alta qualidade

Piolho-de-cobra é eficaz no processamento de resíduos e na produção de adubo

29 de setembro de 2016

Piolho-de-cobra é eficaz no processamento de resíduos e na produção de adubo (Foto: Gongolo/Embrapa)

 

Agência FAPESP – Os piolhos-de-cobra ou gongolos, animais da classe Diplopoda,família Trigoniulidae, são mais eficazes que as minhocas na reciclagem de material orgânico e na produção de adubo de origem orgânica (húmus), de acordo com pesquisa desenvolvida pela Embrapa Agrobiologia, do Rio de Janeiro.

Capazes de triturar até papelão, esses pequenos animais, também conhecidos como maria-café e embuá, reduzem em até 70% o volume de resíduos e geram adubo de ótima qualidade, informou a Agência Embrapa de Notícias.

O gongocomposto, como o adubo natural está sendo chamado, dispensa misturas com pó de carvão e torta de mamona (adubo orgânico rico em nitrogênio) usadas para melhorar a textura e os níveis de nutrientes do composto produzido por minhocas.

Bagaço de cana, sabugo de milho e outros resíduos comumente encontrados nas propriedades agrícolas, acrescidos de um material rico em nitrogênio, como as leguminosas, podem ser usados na produção do composto. Nos experimentos, os gongolos processaram até papelão.

“O que fazemos é juntar os resíduos secos e o gongolo em uma área confinada para que ele não saia dali e processe tudo. Uma vez por semana é preciso checar a umidade e, se estiver muito seco, é necessário molhar o composto”, explica a pesquisadora da Embrapa Maria Elizabeth Correia.

Em três meses o material já está pronto para uso. Mas quanto mais o composto for triturado pelos gongolos, melhor é a sua qualidade. “Quando comparamos os materiais submetidos a diferentes tempos de processamento, vimos que, em termos de nutrientes, não há muita diferença, mas nas mudas o efeito é significativo.”

Há cerca de 8 mil espécies de gongolos. Os testados pela Embrapa são da espécie Trigoniulus corallinus, originária do Sudeste Asiático e presente em diversas regiões brasileiras. De acordo com Maria Elizabeth a maioria das espécies é capaz de triturar resíduos brutos, algumas com maior eficiência.

Correia acrescenta ainda que a melhor época do ano para coletar os gongolos é no período de chuvas, quando estão ativos e acasalando.

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