Picos indesejáveis de água
26 de dezembro de 2005

Projeto de pesquisa na Suíça acompanha a biodiversidade de grandes rios como o Reno. Por causa dos fluxos inesperados de água, decorrentes da abertura de uma comporta, por exemplo, muitas espécies de peixe estão sendo seriamente afetadas

Picos indesejáveis de água

Projeto de pesquisa na Suíça acompanha a biodiversidade de grandes rios como o Reno. Por causa dos fluxos inesperados de água, decorrentes da abertura de uma comporta, por exemplo, muitas espécies de peixe estão sendo seriamente afetadas

26 de dezembro de 2005

 

Agência FAPESP - Na Suíça, um em cada quatro rios é afetado por algum tipo de descarga artificial de água. Seja a abertura de uma comporta de uma usina hidrelétrica ou o fluxo maior provocado por um canal construído pelo homem, existem vários fatores que contribuem para a mudança do padrão considerado normal dos cursos de água.

Preocupados com as alterações ecológicas, pesquisadores do Instituto de Ciência e Tecnologia Aquática (Eawag) resolveram montar um projeto especial para acompanhar o impacto desses picos de água. Os primeiros resultados indicam que existe um grande déficit em termos de biodiversidade nas áreas onde os fluxos artificiais são mais constantes. A população dos peixes é a mais afetada.

No Vale do Reno, onde o problema foi detectado, os cientistas recomendam que qualquer ação para revitalizar a vida aquática deve levar em conta, entre vários fatores, a redução desses prejudiciais picos de água. Além de literalmente "lavar" a vida biológica dos rios, os fluxos aquáticos causam outros problemas.

No inverno, os picos artificiais aumentam bastante a turbidez dos rios. Além disso, a importante flutuação de temperatura fica muito diminuída nas regiões mais afetadas pelas descargas de água. Os pesquisadores também identificaram a falta de insetos nas áreas estudadas, como as mariposas de pedras, bastante comuns em ambientes naturais com água correndo de forma natural.

No rio Reno, nas áreas mais afetadas pelo picos de água, os pesquisadores encontraram áreas bastante empobrecidas do ponto de vista de diversidade. Apenas poucas espécies, que resistem aos períodos de seca, foram identificadas. Entre elas, algas verdes e determinadas larvas de insetos. Onde o fluxo é mais constante, o número de espécies é bem maior.

Mais informações: www.eawag.ch


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