Poluente banido há mais 15 anos é identificado em grandes quantidades na costa leste do Canadá, após ter viajado milhares de quilômetros e passado por três oceanos
Poluente banido há mais 15 anos é identificado em grandes quantidades na costa leste do Canadá, após ter viajado milhares de quilômetros e passado por três oceanos
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Toronto identificou altas concentrações de hexaclorociclohexano (HCH), um composto organoclorado, na atmosfera da Ilha Sable, na província de Nova Scotia. O HCH não é mais empregado em países como China e Índia desde o final da década de 1980, mas foi transportado por correntes atmosféricas e marítimas pelos oceanos Pacífico, Ártico e Atlântico, até chegar na costa leste canadense.
Segundo Frank Wania, professor do departamento de química da Universidade de Toronto e líder da pesquisa, as baixas temperaturas setentrionais diminuíram a taxa de evaporação e de degradação do poluente, "prendendo-o" até que chegasse em águas mais quentes, onde passou a evaporar.
"O Oceano Ártico tem uma ‘tampa’ em cima, na forma de uma cobertura de gelo, e atuou como uma espécie de refrigerador, preservando o HCH até que atingisse a região", disse Wania.
No Brasil, onde o composto também foi utilizado, a região de Cidade dos Meninos, em Duque de Caxias (RJ), vem sendo avaliada desde 1990 por pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública, da Fundação Oswaldo Cruz, devido à concentração de HCH existente.
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