Doutorando Raphael Sanches Peres desenvolveu teste que auxilia a planejar tratamento de pacientes com artrite reumatoide (imagem: Wikimedia Commons)

Pesquisador do CRID recebe prêmio do Ministério da Saúde
02 de dezembro de 2015

Doutorando Raphael Sanches Peres desenvolveu teste que auxilia a planejar tratamento de pacientes com artrite reumatoide

Pesquisador do CRID recebe prêmio do Ministério da Saúde

Doutorando Raphael Sanches Peres desenvolveu teste que auxilia a planejar tratamento de pacientes com artrite reumatoide

02 de dezembro de 2015

Doutorando Raphael Sanches Peres desenvolveu teste que auxilia a planejar tratamento de pacientes com artrite reumatoide (imagem: Wikimedia Commons)

 

Karina Toledo | Agência FAPESP – O doutorando da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) e bolsista da FAPESP Raphael Sanches Peres foi um dos vencedores do Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o Sistema Único de Saúde (SUS), edição de 2015.

Criada em 2002 pelo Ministério da Saúde, a iniciativa busca valorizar pesquisas consideradas importantes para o desenvolvimento de políticas públicas de saúde no país. Peres foi escolhido na categoria “trabalho científico publicado”, graças aos resultados de um projeto que poderá melhorar o tratamento de pacientes com artrite reumatoide. A cerimônia de premiação foi realizada no dia 12 de novembro, em Brasília.

Conforme noticiado na Agência FAPESP em fevereiro, o trabalho de doutorado de Peres possibilitou a criação de um teste já patenteado que permite identificar, antes mesmo do início do tratamento, os portadores de artrite reumatoide que não respondem à droga metotrexato (MTX) – considerada padrão ouro no combate à doença.

Dados epidemiológicos indicam que o medicamento não funciona em cerca de 40% dos casos. Atualmente, é necessário esperar de três a seis meses após o início da terapia para descobrir se o paciente está reagindo. A demora, de acordo com os médicos, pode comprometer as chances de cura.

Resultados parciais foram publicados na revista Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America (PNAS).

“No início do projeto não tínhamos a mínima noção da repercussão que a pesquisa teria, inclusive em termos de impacto para o SUS”, afirmou Peres à Agência FAPESP. “O reconhecimento do Ministério da Saúde mostra que estamos no caminho certo e que nossa pesquisa possui um grande potencial para melhorar a qualidade de vida e o tratamento dos pacientes com artrite reumatoide”, acrescentou.

Peres é orientado pelos professores Fernando de Queiroz Cunha e Paulo Louzada-Junior, respectivamente coordenador e vice-coordenador do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID, na sigla em inglês), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP. O trabalho conta ainda com auxílio dos professores José Carlos Farias Alves-Filho, Thiago Mattar Cunha e Renê Donizeti Ribeiro de Oliveira, também pesquisadores do CRID.

Composto por anticorpos monoclonais ligados a moléculas fluorescentes, o kit permite quantificar a expressão da enzima CD39, essencial para que o metotrexato desempenhe sua ação anti-inflamatória.

“Nos últimos meses conseguimos otimizar o kit e agora conseguimos realizar o teste com o sangue total dos pacientes. Antes era preciso isolar as células mononucleares do sangue periférico (PBMC, na sigla em inglês)”, explicou o doutorando.

No momento, Peres investiga quais fatores induzem a expressão da enzima CD39 pelas células T reguladoras (Treg), do sistema imune. “Verificamos que a molécula TGF-β [fator de transformação do crescimento beta] induz a expressão de CD39, mas esse processo depende de uma sinalização mediada pelos receptores TGFBRI, SMAD2 e CREB. Agora, estamos quantificando essas moléculas em células de pacientes com artrite reumatoide com o intuito de identificar por que quem não responde ao MTX apresenta menor expressão de CD39”, contou o pesquisador.

O grupo também negocia com empresas farmacêuticas a realização de estudos voltados a validar o biomarcador (a enzima CD39) em outras populações, como a norte-americana e a europeia.

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