Pesquisadores da Unicamp, UFMG e Fiocruz buscam compreender alterações na rotina e nos hábitos da população com o objetivo de pensar em estratégias para minimizar os efeitos negativos do isolamento social (imagem: divulgação)

Pesquisa on-line quer medir impacto da pandemia e da quarentena na saúde dos brasileiros
07 de maio de 2020

Pesquisadores da Unicamp, UFMG e Fiocruz buscam compreender alterações na rotina e nos hábitos da população com o objetivo de pensar em estratégias para minimizar os efeitos negativos do isolamento social

Pesquisa on-line quer medir impacto da pandemia e da quarentena na saúde dos brasileiros

Pesquisadores da Unicamp, UFMG e Fiocruz buscam compreender alterações na rotina e nos hábitos da população com o objetivo de pensar em estratégias para minimizar os efeitos negativos do isolamento social

07 de maio de 2020

Pesquisadores da Unicamp, UFMG e Fiocruz buscam compreender alterações na rotina e nos hábitos da população com o objetivo de pensar em estratégias para minimizar os efeitos negativos do isolamento social (imagem: divulgação)

 

Karina Toledo | Agência FAPESP – Uma pesquisa que visa avaliar como a pandemia causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) influenciou os hábitos e a rotina dos brasileiros está sendo conduzida por cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O questionário pode ser respondido on-line por indivíduos com 18 anos ou mais. As informações fornecidas serão confidenciais.

A iniciativa tem como finalidade compreender o impacto da pandemia e das medidas de isolamento social sobre a saúde e a rotina da população, considerando aspectos como trabalho e renda, atividades domésticas, estado de saúde física e mental, hábitos alimentares e de sono, prática de atividades físicas, tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas.

“Estamos enfrentando uma situação inédita. Precisamos entender o que está acontecendo para pensar em estratégias que ajudem a minimizar os impactos negativos da quarentena, como a adoção de hábitos não saudáveis durante este período”, afirma Marilisa Barros, professora da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e coordenadora do estudo ao lado de Célia Landmann Szwarcwald (Fiocruz) e Deborah Carvalho Malta (UFMG).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou recentemente que o consumo contínuo de bebida alcoólica por pessoas em isolamento social pode resultar em piora nas condições de saúde física e mental, aumento de comportamentos de risco e violência. O aumento dos índices de violência doméstica, depressão e ansiedade também tem sido motivo de preocupação em diversos países.

A desigualdade social é um fator agravante no Brasil, onde boa parte da população teve a renda comprometida pela pandemia a ponto de impossibilitar uma alimentação adequada. “Um de nossos maiores desafios é fazer com que este questionário chegue às pessoas de menor nível socioeconômico. Somente assim conseguiremos avaliar o impacto da quarentena nessa camada social que demanda mais atenção. Por isso pedimos ajuda de todos para divulgar a iniciativa”, diz Barros.

Inquéritos seriados

A pesquisadora da Unicamp tem coordenado, desde 2001, uma série de inquéritos domiciliares que têm como objetivo avaliar as condições de saúde da população de Campinas de forma ampla, de modo a fornecer dados sobre prevalência de doenças, saúde mental, acesso a serviços de saúde, vacinação, hábitos alimentares, atividade física, tabagismo, consumo de álcool e drogas ilícitas, entre outros aspectos.

Além do Inquérito Domiciliar de Saúde de Base Populacional no Município de Campinas (ISACamp), que já teve diversas edições, a pesquisadora participou da organização do estudo multicêntrico que deu origem aos ISACamp e aos ISA-Capital, que foi o ISA-SP (2001/2002), realizado em alguns municípios do Estado de São Paulo por pesquisadores da Unicamp, da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e do Instituto de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde.

A edição de 2020 do ISACamp conta com apoio da FAPESP. “Pretendemos incluir um módulo específico para investigar questões relacionadas à COVID-19. Mas, como a pandemia está postergando a realização do inquérito, surgiu a ideia de desenvolver, nesse ínterim, a pesquisa on-line”, conta.
 

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