Ministério da Defesa e CNPq anunciam trabalhos vencedores do 2º Concurso de Teses sobre Defesa Nacional, realizado a cada dois anos com o objetivo de incentivar a produção científica na área

Pesquisa em defesa
28 de dezembro de 2006

Ministério da Defesa e CNPq anunciam trabalhos vencedores do 2º Concurso de Teses sobre Defesa Nacional, realizado a cada dois anos com o objetivo de incentivar a produção científica na área

Pesquisa em defesa

Ministério da Defesa e CNPq anunciam trabalhos vencedores do 2º Concurso de Teses sobre Defesa Nacional, realizado a cada dois anos com o objetivo de incentivar a produção científica na área

28 de dezembro de 2006

Ministério da Defesa e CNPq anunciam trabalhos vencedores do 2º Concurso de Teses sobre Defesa Nacional, realizado a cada dois anos com o objetivo de incentivar a produção científica na área

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Foram anunciados os vencedores da segunda edição do Concurso de Teses sobre Defesa Nacional, promovido pelo Ministério da Defesa e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

O concurso, realizado a cada dois anos com o objetivo de incentivar a produção científica relacionada à defesa nacional, é aberto a alunos regularmente matriculados em programas de pós-graduação recomendados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação (MEC).

A premiação é de R$ 8 mil a cada um dos autores das duas melhores teses de doutorado e de R$ 5 mil para cada uma das duas melhores dissertações de mestrado.

A tese de doutorado "Democracia e questão militar: a criação do Ministério da Defesa no Brasil", defendida no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), foi premiada na categoria Ciências Humanas, Sociais Aplicadas e afins.

O trabalho, de autoria do cientista político Luís Alexandre Fuccille, pesquisador do Núcleo de Estudos Estratégicos (NEE) da Unicamp, apresenta detalhes sobre as origens, trajetória e implantação do Ministério da Defesa em 1999, durante o governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso, com destaque para as relações entre civis e militares.

A proposta foi mostrar de que forma os militares ocupam cargos estratégicos no Estado brasileiro, buscando compreender como a democracia entra como uma variável no contexto da defesa nacional em 1985, após o fim da ditadura militar.

De 2003 a 2005, Fuccille ocupou o cargo de gerente do Departamento de Política e Estratégia do Ministério da Defesa, onde foi um dos responsáveis pela revisão da atual Política de Defesa Nacional.

Navio patrulha de defesa

A tese "Projeto de concepção de um navio-patrulha de formas não-convencionais com características submersíveis: viabilidade e manobrabilidade", defendida por Sdepan Bogosian Neto, foi agraciada com o prêmio na categoria Ciências Exatas e da Terra, Engenharia e afins.

Bogosian Neto é aluno do Programa de Engenharia Oceânica da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e trabalha no Centro de Projetos de Navios da Marinha do Brasil.

De acordo com seu orientador, Richard David Schachter, o trabalho premiado se caracterizou pelo estudo teórico de um híbrido de submarino com navio-patrulha voltado para atividades de defesa, projetado para ficar estacionado na plataforma continental brasileira à espera de possíveis invasões.

"Trata-se de um produto inédito no mercado mundial, já que as primeiras tentativas de se projetar submarinos de defesa ocorreram entre as décadas de 1920 e 1930 pelos militares alemães, mas logo foram abandonadas por falta de viabilidade técnica", disse Schachter à Agência FAPESP.

"Hoje, as marinhas de países de todo o mundo investem apenas em submarinos com força de ataque. A essência do nosso projeto foi resgatar uma idéia antiga com tecnologias modernas", disse. A viabilidade do trabalho foi aprovada a partir do cruzamento de informações técnicas de navios-patrulhas e submarinos disponíveis no banco de dados da Marinha dos Estados Unidos.

"Como ainda não existe um barco-patrulha submersível, tivemos que cruzar as missões dos dois tipos de embarcação para agregar características comuns", conta Schachter. Em seguida, foi feita uma simulação de funcionamento real da embarcação, considerando detalhes como o peso dos materiais e o centro de gravidade do protótipo.

Schachter ressalta que, apesar de os alunos que concorrem ao prêmio serem todos oficiais ou ex-oficiais militares, os trabalhos não são encomendados pela Marinha, Exército ou Aeronáutica. "Mas, como o navio-patrulha foi projetado de acordo com as características da costa brasileira, sua aplicação poderá a qualquer momento ser viabilizada pela Marinha", aponta.

Para conhecer os demais trabalhos premiados, clique aqui.


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