Pesquisa analisa a urbanização de Florianópolis
10 de julho de 2003

Estudar o processo de crescimento e urbanização da capital catarinense desde a época colonial foi o objetivo da tese de doutorado de Almir Francisco Reis, da UFSC, apresentado na FAU-USP

Pesquisa analisa a urbanização de Florianópolis

Estudar o processo de crescimento e urbanização da capital catarinense desde a época colonial foi o objetivo da tese de doutorado de Almir Francisco Reis, da UFSC, apresentado na FAU-USP

10 de julho de 2003

 

Por Thiago Romero


Agência FAPESP - Estudar o processo de crescimento e urbanização de Florianópolis desde a época colonial. Este foi o fio condutor da tese de doutorado Permanências e transformações no espaço costeiro: formas e processo de crescimento urbano-turístico na Ilha de Santa Catarina, desenvolvida junto à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP) pelo professor Almir Francisco Reis, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Reis foi movido pelos altos índices de crescimento de Florianópolis ao longo dos anos. A pesquisa, que se divide na época colonial e na ocupação a partir do desenvolvimento urbano-turístico da ilha, iniciado na década de 70, analisa o impacto do processo de crescimento sobre os ecossistemas naturais e o tipo de ambientes urbanos que vêm sendo criados na cidade em cada um destes períodos.

"As antigas estruturas coloniais estão presentes tanto nas qualidades quanto nos problemas que Florianópolis enfrenta", avalia o professor, afirmando que a cidade turística ainda mantém o antigo desenho da ilha rural.

O estudo destaca os dois processos principais de crescimento na Ilha de Santa Catarina, conhecidos como parcelamento simples e ordenado, categorias que mostram de maneira sintética o modo como Florianópolis vem crescendo e se transformando. Para o arquiteto urbanista, até mesmo a ocupação do solo considerada "ordenada" também tem apresentado sérios problemas à cidade. Segundo o estudo, do ponto de vista urbanístico, este tipo de crescimento forma áreas pouco articuladas com as comunidades locais e com a estrutura da cidade. Do ponto de vista ambiental, em muitos casos, os empreendimentos foram construídos sobre áreas de preservação, infringindo a legislação ambiental existente.

"Os padrões de ocupação do solo não são articulados numa proposta global para o município, não sendo explicitado em momento algum as estratégias de ação para o conjunto do território municipal. O planejamento das partes tem sido realizado sem que exista uma proposta para o todo", diz Reis.

A capital de Santa Catarina tem hoje cerca de 59% de seu território definidos como áreas de preservação. Reis utilizou diferentes métodos como sobreposições de fotos aéreas para interpretação de ecossistemas naturais e estruturas territoriais criadas sobre a ilha em diferentes momentos históricos. Trabalhou também com pesquisa em fontes bibliográficas, visitação dos lugares analisados, coleta de informações em órgãos de planejamento urbano e de turismo, além de entrevistas com moradores e outros pesquisadores.


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