Ferreira, que coordenou a Conferência do Sudeste, destacou que as conferências regionais trouxeram à tona uma ampla diversidade de análises, proposições e críticas (foto: T.Romero)
Coordenadores das conferências regionais de CT&I, realizadas em 2005, apresentam em Brasília um panorama das propostas de cada encontro para estimular o desenvolvimento
Coordenadores das conferências regionais de CT&I, realizadas em 2005, apresentam em Brasília um panorama das propostas de cada encontro para estimular o desenvolvimento
Ferreira, que coordenou a Conferência do Sudeste, destacou que as conferências regionais trouxeram à tona uma ampla diversidade de análises, proposições e críticas (foto: T.Romero)
Agência FAPESP - Os coordenadores das conferências regionais de ciência, tecnologia e inovação (CT&I), realizadas em 2005 como preparação para a 3ª Conferência Nacional de CT&I, em Brasília, reuniram-se na quarta-feira (16/11), para apresentar um panorama dos temas discutidos regionalmente.
Antonio Orlando Ferreira, que coordenou a Conferência do Sudeste de Ciência, Tecnologia e Inovação, destacou que as conferências regionais trouxeram à tona uma ampla diversidade de análises, proposições e críticas. "Historicamente, o Brasil tem feito um esforço contínuo para incorporar as variáveis de ciência, tecnologia e inovação em suas políticas públicas de gestão", disse o também assessor especial da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais.
Um dos assuntos abordados nas conferências foi a preocupação de cada região com o papel dos institutos de ensino e pesquisa. "Nossa grande preocupação é a preservação da universidade como principal centro de geração e difusão científica", afirma Ferreira. Ele também ressaltou o compromisso do Sudeste com as demais regiões. "É um engano pensar que existe uma espécie de apartheid entre as regiões. O isolamento do Sudeste nunca existiu."
Por sua vez, as propostas para a região Norte envolveram desde a utilização sustentável dos recursos naturais e da biodiversidade amazônica até a necessidade de capacitação de recursos humanos locais em diversas áreas do conhecimento.
"É preciso não só aumentar a densidade de investimentos na formação de recursos humanos, mas também focar esforços na criação de programas específicos para a Amazônia", afirmou Marilene Freitas, coordenadora da conferência do Norte e secretária de C&T do Amazonas.
Já a inclusão social foi um dos temas centrais da conferência no Nordeste. Segundo contou o coordenador do encontro, José Carlos Cavalcanti, os participantes defendem a necessidade de criar uma cultura de reflexão sobre as políticas de desenvolvimento científico para a região. "Os governos estaduais do Nordeste ainda parecem não encontrar razões para atuar de forma integrada com a Federação. Podemos sintetizar isso como o clamor dos excluídos", ressaltou.
Sonia Maria Jin, responsável pela conferência do Centro-Oeste, chamou a atenção para a importância de mais mecanismos de promoção de pesquisa. "Nossa proposta é a necessidade de que o país invista pelo menos 3% do Produto Interno Bruto em pesquisa básica", disse.
O coordenador do encontro no Sul, Zenório Piana, mostrou que algumas sugestões já estão sendo implementadas. Um exemplo é o edital conjunto das fundações de amparo à pesquisa dos estados para o incentivo a pesquisas sobre o aqüífero Guarani, principal reserva subterrânea de água doce da América do Sul.
A elaboração de uma agenda única que envolva diretrizes em comum para todos os Estados e a necessidade de aperfeiçoamento e "desburocratização" do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) foram outras propostas que surgiram ao longo das discussões. A realização de uma Conferência Sul-Americana de CT&I também foi apontada como uma ação emergencial para a formulação de novas políticas para o setor em nível mundial.
Maiores informações sobre os resultados das Conferências Regionais de Ciência, Tecnologia e Inovação podem ser obtidas pela internet no endereço www.abipti.org.br/cr/conferencias_regionais.htm.
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