Perseverança contagiante
14 de agosto de 2006

A cirurgiã Angelita Habr-Gama, pioneira em muitas frentes, fala em entrevista à Revista Pesquisa FAPESP sobre o desenvolvimento e os avanços da coloproctologia no Brasil

Perseverança contagiante

A cirurgiã Angelita Habr-Gama, pioneira em muitas frentes, fala em entrevista à Revista Pesquisa FAPESP sobre o desenvolvimento e os avanços da coloproctologia no Brasil

14 de agosto de 2006

 

Por Neldson Marcolin

Revista Pesquisa FAPESP - A médica Angelita Habr-Gama tem três traços de personalidade comuns em profissionais de sucesso: perseverança, grande capacidade de trabalho e um otimismo contagiante. Juntar a essas qualidades um enorme talento na sua especialidade, a cirurgia do aparelho digestivo, é o suficiente para descolar Angelita do rol de pessoas bem-sucedidas e colocá-la num patamar superior, entre as que criam e fazem escola.

Para chegar a tanto foi preciso alguma ousadia: ela foi a primeira mulher residente em cirurgia geral do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em 1958, numa época em que esse era um reduto exclusivo dos homens. Esse pioneirismo foi só o primeiro de muitos.

Ela também foi a primeira mulher a estagiar nessa especialidade médica no conservador e tradicional Saint Mark’s Hospital, da Inglaterra, em 1961, a primeira professora titular em cirurgia do Departamento de Gastroenterologia (FMUSP) e a responsável por tornar a coloproctologia uma disciplina própria, em 1995, em vez de deixá-la como uma subespecialização das cirurgias do aparelho digestivo.

Angelita aprimorou técnicas cirúrgicas e foi importante na estruturação, desenvolvimento e avanço da coloproctologia no Brasil. Foi ela, por exemplo, quem organizou o primeiro curso prático e teórico de colonoscopia, o exame do interior do cólon. Não descuida da clínica que tem com o marido, o cirurgião Joaquim José Gama Rodrigues, professor titular em cirurgia da FMUSP, com quem está casada desde 1964.

Também mantém um pé na pesquisa. É participante de primeira hora dos projetos Genoma – seu laboratório trabalhou no seqüenciamento da bactéria Xylella fastidiosa e ela continua atuando no do Genoma Humano do Câncer. Nos últimos anos tem dado ênfase especial à prevenção do câncer de intestino. Criou até uma organização para isso, a Associação Brasileira de Prevenção do Câncer de Intestino, que promove eventos no Brasil inteiro.

Filha de imigrantes libaneses, nascida na Ilha de Marajó, no Pará, a cirurgiã recebeu em abril deste ano sua mais recente honraria em Zurique, na Suíça. Foi a primeira especialista latino-americana e a primeira mulher a ganhar o título de membro honorário da Associação Européia de Cirurgia pela carreira médica, prêmio só dado até hoje a 17 médicos no mundo. Angelita atribui boa parte da repercussão de seu trabalho à condição feminina. "Ainda hoje causa estranheza uma mulher ser tão bem-sucedida em uma especialidade dominada por homens", diz ela.

Clique aqui para ler a entrevista completa, publicada na edição 126 da Pesquisa FAPESP. O site da revista, a partir deste número, também está com novo desenho.

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