Marilene Bovi, do IAC, uma das vítimas do acidente do vôo 1907, foi enterrada no dia 7 em Campinas (foto: IAC)

Perdas para a ciência brasileira
10 de outubro de 2006

Vítimas do acidente com Boeing da Gol, Marilene Bovi, do IAC, e Nilo Dória, da Fiocruz, são enterrados. Corpos de outros quatro pesquisadores ainda não foram identificados

Perdas para a ciência brasileira

Vítimas do acidente com Boeing da Gol, Marilene Bovi, do IAC, e Nilo Dória, da Fiocruz, são enterrados. Corpos de outros quatro pesquisadores ainda não foram identificados

10 de outubro de 2006

Marilene Bovi, do IAC, uma das vítimas do acidente do vôo 1907, foi enterrada no dia 7 em Campinas (foto: IAC)

 

Agência FAPESP - A pesquisadora do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, Marilene Leão Alves Bovi, uma das vítimas do desastre do vôo 1907, da Gol, foi enterrada no último sábado (7/10), por volta das 13h30, no cemitério do Parque das Aléias, em Campinas (SP).

Marilene participou em Manaus de uma banca de tese. Sua volta estava marcada para o sábado (30/9), em avião de outra companhia, mas ela decidiu antecipar o retorno para a sexta-feira.

Engenheira agrônoma especializada em melhoramento genético vegetal, dedicava-se a um projeto de pesquisa relacionado ao estudo das palmeiras produtoras de palmito. Seu trabalho era referência nacional e internacional na área.

O projeto, apoiado pela FAPESP na modalidade Auxílio a Pesquisa, tem o objetivo de avaliar o aproveitamento industrial e a qualidade do palmito da palmeira-real australiana em comparação com os palmitos de açaí e de pupunha. Marilene coordenava ainda outros seis projetos e era uma das editoras científicas da revista Horticultura Brasileira.

Graduada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo, Marilene trabalhava no IAC há 35 anos. Fez doutorado em agronomia, com ênfase em melhoramento genético de plantas e estatística pela Universidade da Flórida, nos Estados Unidos. Casada há 32 anos com Odair Alves Bovi, também pesquisador do IAC, deixou dois filhos.


Outros pesquisadores no vôo 1907:

Além de Marilene Bovi, pelo menos outros cinco pesquisadores morreram no acidente aéreo. Nilo Duarte Dória e Maria Valéria Pires da Cruz trabalhavam no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Dória e Maria Valéria estiveram em Manaus para prestar assessoria técnica ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) do Amazonas. Formado pela UFRJ, o químico de 47 anos era casado e estava na Fiocruz desde 1987. Atuava como coordenador do Programa de Qualidade, de Artigos e Insumos de Diálise e de Artigos e Insumos de Saúde. Assessorava a direção do INCQS na área de programas de qualidade. Dória foi enterrado no domingo (8/10) no Rio de Janeiro.

Maria Valéria, de 45 anos, era bióloga especializada em imunologia e atuava em sistemas de qualidade e em implantação de procedimentos técnicos operacionais na área de análises laboratoriais. Estava na Fiocruz desde 2000. Até segunda-feira (9/10), ainda não havia confirmação sobre a localização e reconhecimento do corpo de Maria Valéria e de outros três pesquisadores.

Hugo Otto Beyer, 45 anos, era professor e pesquisador da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atuava na área de psicopedagogia e processos de exclusão e participação em educação especial. Morava em Porto Alegre e era autor de dois livros sobre o tema. Realizou seu doutorado na Universidade de Hamburgo e o pós-doutorado na Universidade de Dortmund, ambas na Alemanha. Ele voltava do I Encontro Amazônico de Educação Inclusiva, em Manaus, onde realizou duas conferências.

O engenheiro químico Francisco Carlos Nart, 48 anos, era professor titular do Instituto de Química de São Carlos e chefe do Departamento de Físico-Química da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos. Atuava na área de eletroquímica molecular e espectroscopia vibracional e também contava com apoio da FAPESP na modalidade Auxílio a Pesquisa. Estava em Manaus para avaliar os programas de pós-graduação da Universidade Federal do Amazonas.

Alexandre Barbosa dos Santos e Joana D’Arc Ribeiro trabalhavam no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Joana, 53 anos, era doutora em biologia, com ênfase em ecologia. Professora da Universidade do Estado do Amazonas, coordenava o Programa Amazonas de Integração da Ciência no Interior. Fazia parte também do grupo de pesquisa Biota do Solo em Sistemas Amazônicos, do Inpa.

O engenheiro florestal Barbosa dos Santos, 34 anos, era doutor em ecologia pela Universidade de Brasília e trabalhava no Experimento de Grande Escala Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA). Coordenava um projeto em São Gabriel da Cachoeira e se dedicava a pesquisas sobre micrometeorologia.


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