Ao comparar o crânio do Homo floresiensis com o de outras espécies, cientistas encontram semelhanças como Homo erectus (imagem: K.Smith/Un.Washington)
Cientistas analisam o diminuto cérebro do Homo floresiensis, descoberto na Indonésia em 2004, encontram similaridades com o Homo erectus e sugerem que a espécie tinha um alto processamento cognitivo
Cientistas analisam o diminuto cérebro do Homo floresiensis, descoberto na Indonésia em 2004, encontram similaridades com o Homo erectus e sugerem que a espécie tinha um alto processamento cognitivo
Ao comparar o crânio do Homo floresiensis com o de outras espécies, cientistas encontram semelhanças como Homo erectus (imagem: K.Smith/Un.Washington)
Por meio da análise de imagens tridimensionais, construídas em computador a partir dos fósseis de cerca de 18 mil anos encontrados no ano passado, os pesquisadores concluíram que o cérebro do diminuto H.floresiensis lembra mais o do Homo erectus, ou mesmo o do Australopithecus, do que o do homem moderno.
O esqueleto encontrado por cientistas australianos e indonésios na caverna de Liang Bua é de um adulto, provavelmente uma mulher, com apenas 1 metro de altura e cérebro de meros 380 centímetros cúbicos. Isso é um terço inferior ao tamanho médio do cérebro de um humano moderno. Foi apelidado carinhosamente de "hobbit", em homenagem aos pequenos personagens de O Senhor dos Anéis.
Os ossos do H. floresiensis foram encontrados próximos a ferramentas e à evidência de uso do fogo. De acordo com os autores da análise do crânio da espécie, publicada em 3 de março na versão on-line da revista Science, se os artefatos descobertos estiverem ligados à espécie isso representaria um comportamento surpreendentemente avançado para um hominídeo minúsculo com o cérebro do tamanho de um símio.
Dean Falk, da Universidade do Estado da Flórida, nos Estados Unidos, e colegas que assinam o artigo compararam o crânio virtual do H. floresiensis com as caixas cranianas de outras espécies, como gorilas, Homo erectus, Australopithecus africanus, Paranthropus aethiopecus. Compararam também com os cérebros do Homo sapiens, incluindo o de um pigmeu e o de um homem com um crescimento cerebral anormal (microcefalia).
Os pesquisadores verificaram que a relação entre o tamanho do cérebro e o tamanho do corpo do H. floresiensis o torna mais próximo do Australopithecus. Entretanto, o formato tem mais similaridades com o do H. erectus, apesar de diferenças notáveis, como a do lobo temporal expandido.
Os autores da pesquisa sugerem que essas diferenças são consistentes com a idéia de que a espécie encontrada na Indonésia, apesar do pequeno cérebro, tinha um alto processamento cognitivo. Entretanto, afirmam, mais estudos são necessários para comprovar essa hipótese.
O artigo The Brain of LB1, Homo floresiensis, de D. Falk, C. Hildebolt, K. Smith, B. Brunsden, F. Prior, M.J. Morwood, P. Brown, T. Sutikna, Jatmiko e E.W. Saptomo, pode ser lido no site da Science, em www.sciencexpress.org.
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