A brasileira Katlin Massirer pesquisa os microRNAs em San Diego
Estudo feito nos Estados Unidos, que contou com a participação da brasileira Katlin Massirer, revela que o microRNA, além de inibir a síntese de proteínas, também degrada a molécula resultante desse processo
Estudo feito nos Estados Unidos, que contou com a participação da brasileira Katlin Massirer, revela que o microRNA, além de inibir a síntese de proteínas, também degrada a molécula resultante desse processo
A brasileira Katlin Massirer pesquisa os microRNAs em San Diego
Agência FAPESP - Dentro do longo e complexo processo de transformar informação genética em proteínas, duas importantes estruturas são bastante conhecidas em termos de mecanismos para a regulação dessa expressão. Além do RNA mensageiro (molécula nucleica traduzida em proteína) também existe o chamado microRNA.
Essa pequena estrutura, com apenas 23 nucleotídeos e que não codifica proteínas como o RNA mensageiro (RNAm), já era conhecida como inibidora da síntese de proteínas, por interromper o processo de tradução da informação gênica em estruturas protéicas. Agora, segundo estudo publicado pela revista Cell, o microRNA acaba de ganhar um novo status.
"Conseguimos demonstrar que o microRNA, ao contrário do que se pensava, também degrada seus RNAs mensageiros alvos", disse Katlin Massirer, doutoranda em ciências biológicas da Universidade da Califórnia, em San Diego, nos Estados Unidos, à Agência FAPESP.
A brasileira, que é uma das autoras do estudo publicado agora, é orientada por Amy Pasquinelli, uma das descobridoras de um dos tipos de microRNA. Chamado de let-7, essa estrutura foi identificada no verme Caenorhabditis elegans. "Esse microRNA é essencial para que o verme passe do último estágio larval para o adulto", explica Katlin.
No novo estudo, que investigou também o microRNA chamado de lin-4, foi demonstrado que, quando essa estrutura está expressa no verme, seus alvos são desligados. "Isso significa que o RNAm tem seu nível de expressão diminuída", afirma Katlin. Com isso, ele não funcionará na síntese de proteínas.
Os vermes utilizados na pesquisa, com apenas 1 milímetro, não são patogênicos e constituem um potente modelo genético. "Todo o genoma do C. elegans está seqüenciado e seu número de células também é conhecido", diz Katlin.
A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.