Estudo estima que verbas adicionais de apenas R$ 3 reais por habitante a cada ano seriam suficientes para salvar 6 milhões de crianças, nos 42 países que concentram 90% da mortalidade infantil do planeta (foto: OMS)

Pequeno custo da vida
28 de junho de 2005

Estudo publicado na The Lancet estima que verbas adicionais de apenas R$ 3 por habitante a cada ano seriam suficientes para salvar 6 milhões de crianças nos 42 países que concentram 90% da mortalidade infantil do planeta

Pequeno custo da vida

Estudo publicado na The Lancet estima que verbas adicionais de apenas R$ 3 por habitante a cada ano seriam suficientes para salvar 6 milhões de crianças nos 42 países que concentram 90% da mortalidade infantil do planeta

28 de junho de 2005

Estudo estima que verbas adicionais de apenas R$ 3 reais por habitante a cada ano seriam suficientes para salvar 6 milhões de crianças, nos 42 países que concentram 90% da mortalidade infantil do planeta (foto: OMS)

 

Agência FAPESP - Um valor pequeno: US$ 1,23 anualmente por habitante, o equivalente a R$ 3. Parece muito pouco, mas seria o suficiente para salvar, todos os anos, pelo menos 6 milhões de crianças nos 42 países responsáveis por 90% da mortalidade infantil no planeta.

A conclusão é de um estudo publicado na edição de 25 de junho da revista médica The Lancet. De acordo com o artigo, trata-se de um custo que pode ser bancado até mesmo pelas nações mais pobres, desde que doações externas possibilitem a instalação e manutenção de uma infra-estrutura de saúde básica nas regiões menos favorecidas.

Um estudo anterior, publicado na mesma revista em 2003, havia estimado que as vidas de 6 milhões de crianças poderiam ser salvas a cada ano, se 23 medidas fossem aplicadas. Na nova pesquisa, Robert Black, da Escola de Saúde Pública Bloomberg da Universidade Johns Hopkins, e colegas, calcularam o custo para a implantação das medidas.

Os pesquisadores verificaram que seriam necessários US$ 5,1 bilhões adicionais a cada ano para que as medidas, como a distribuição de antibióticos e redes contra insetos e o estímulo ao aleitamento materno, pudessem ser aplicadas. Sem esse valor, dizem os cientistas, as Metas para o Desenvolvimento do Milênio em relação à mortalidade infantil – de queda em dois terços entre 1990 e 2015 – não poderão ser atingidas.

Para outra líder do estudo, Jennifer Bryce, o montante necessário corresponde a apenas 6% do total gasto em cigarro nos Estados Unidos em 2003. "Para tomadores de decisão em saúde pública, é importante comparar os US$ 5,1 bilhões com os estimados de US$ 12 bilhões a US$ 20 bilhões disponíveis anualmente para o combate à Aids."

"É uma vergonha inquestionável na nossa sociedade global que intervenções efetivas conhecidas poderiam ser aplicadas, mas acabam sendo negadas a milhões de crianças em todo o mundo", disse Barbara McPake, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, na Inglaterra, ao comentar o estudo na mesma edição da The Lancet.

O artigo Can the world afford to save the lives of 6 million children each year?, de Jennifer Bryce, Robert Black, Neff Walker, Zulqar Bhutta, Joy Lawn e Richard Steketee, pode ser lido no site da The Lancer, em www.thelancet.com.


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