Pesquisa mapeará o uso da internet em pequenas empresas com objetivo de reunir melhores práticas de comércio eletrônico para apoiar empreendedores (ilust.: Wikimedia)

Pequenas empresas on-line
05 de julho de 2010

Pesquisa mapeará o uso da internet em pequenas empresas com objetivo de reunir melhores práticas de comércio eletrônico para apoiar empreendedores

Pequenas empresas on-line

Pesquisa mapeará o uso da internet em pequenas empresas com objetivo de reunir melhores práticas de comércio eletrônico para apoiar empreendedores

05 de julho de 2010

Pesquisa mapeará o uso da internet em pequenas empresas com objetivo de reunir melhores práticas de comércio eletrônico para apoiar empreendedores (ilust.: Wikimedia)

 

Por Alex Sander Alcântara

Agência FAPESP – As vendas pela internet têm crescido ano a ano, mas pouco se sabe sobre a atuação das empresas – principalmente as de pequeno porte – que passaram a usar a internet como ferramenta de negócios.

Uma parceria entre a Universidade Nove de Julho (Uninove) e a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) pretende traçar um perfil do comércio eletrônico em pequenas empresas no Estado de São Paulo.

De acordo com Silvia Novaes Zilber, professora do Programa de Mestrado e Doutorado em Administração da Uninove e coordenadora do projeto, o objetivo é reunir informações que permitam levantar um perfil dessas companhias, identificando como elas aproveitaram as oportunidades oferecidas pela internet para fazer negócios.

“Queremos entender as melhores práticas adotadas pelo pequeno empresário para usar de forma eficiente o comércio eletrônico. Nossa ideia é gerar modelos de negócios para aqueles que quiserem entrar nesse segmento”, disse Silvia à Agência FAPESP.

O projeto, intitulado “Uso estratégico da internet em negócios eletrônicos como ferramenta para inserção de pequenas empresas no mercado competitivo”, tem apoio da FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular.

O critério utilizado na pesquisa para definir “pequena empresa” é o estabelecido pelo Sebrae, que inclui os empreendimentos que possuem de 10 a 100 empregados. “Mais de 90% das empresas no Brasil são de pequeno porte. Elas respondem por 20% do PIB [Produto Interno Bruto], mas sabemos muito pouco sobre como se inserem no mercado em relação ao uso da internet como ferramenta”, disse Silvia.

A pesquisa – que envolve a participação de alunos da graduação e da pós-graduação da Uninove – está dividida em duas fases. Na primeira etapa, já concluída, foi realizado um estudo exploratório na cidade de São Paulo. Foram entrevistadas 12 empresas que representam os segmentos de moda, eventos, informática e comércio de mesa e banho.

“Queríamos entender como esses segmentos cuidam desse setor. Eles contratam alguma empresa para fazer isso? Estão tendo lucro? Como se dá o planejamento dessa área da pequena empresa?”, disse.

Na segunda fase, que iniciará em agosto e terá a participação da ACSP, será realizada uma pesquisa quantitativa, abrangendo pequenas empresas de todo o Estado.

Silvia conta que a partir do estudo exploratório já foi possível fazer alguns diagnósticos. “Os dados indicam que as iniciativas de instalação do comércio eletrônico na pequena empresa partem do próprio dono ou empreendedor. Há uma centralização nas tomadas de decisão quanto a esse assunto”, disse.

“Esses empreendedores aderiram ao comércio eletrônico porque pretendiam aumentar a inserção no mercado, diminuir os custos ou aumentar as possibilidades de relacionamento com os clientes.”

Familiar e centralizadora

O levantamento inicial mostrou também que as empresas dispõem de poucos indicadores sobre os resultados obtidos com o comércio eletrônico, e normalmente não existe um planejamento formal para a instalação dessa forma de fazer negócios.

“A estrutura organizacional utilizada para essa finalidade normalmente se encontra inserida em outra área da atividade da empresa já em funcionamento. Não se criou, na maioria dos casos, áreas específicas para o comércio eletrônico nessas empresas”, disse Silvia.

Existe ainda, segundo a pesquisadora, uma importante diferença de mentalidade entre os empreendedores de segmentos mais tradicionais, como o comércio de artigos de mesa e banho, e dos mais tecnológicos, como informática.

“Observamos que o setor de informática tem pessoal mais especializado. O dono é alguém que veio de uma grande empresa, fez diversos cursos e resolveu abrir o próprio negócio. Por conta disso, as empresas de informática fizeram da internet um canal de vendas muito poderoso”, disse.

Segundo a docente da Uninove, a parceria com a ACSP possibilitará diagnósticos mais abrangentes. “Ao final, produziremos dois documentos: um para os empresários e outro de caráter científico”, disse. Silvia dará palestras na ACSP durante a segunda fase do projeto de pesquisa.
 

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