Método alternativo ao exame de sangue ou urina utiliza a saliva para detectar se alguém está sob efeito de álcool ou de drogas (foto: FCF/USP)

Pego pela boca
28 de maio de 2004

Método alternativo ao exame de sangue ou urina, desenvolvido por pesquisador da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, utiliza a saliva para detectar se alguém está sob efeito de álcool ou de drogas no momento da coleta

Pego pela boca

Método alternativo ao exame de sangue ou urina, desenvolvido por pesquisador da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, utiliza a saliva para detectar se alguém está sob efeito de álcool ou de drogas no momento da coleta

28 de maio de 2004

Método alternativo ao exame de sangue ou urina utiliza a saliva para detectar se alguém está sob efeito de álcool ou de drogas (foto: FCF/USP)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Os motoristas que costumam dirigir sob o efeito de entorpecentes que se cuidem. Um estudo feito por um pesquisador da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que um teste simples baseado em uma amostra de saliva é capaz de detectar o consumo de álcool, maconha, cocaína e anfetamina.

Trata-se de um método alternativo ao exame de sangue ou urina. A vantagem é que o teste pode ser aplicado pelos próprios policiais de trânsito no local da ocorrência. "O método dispensa a presença de um profissional de saúde especializado para colher a amostra ou o deslocamento do motorista para um hospital habilitado a efetuar as análises", disse o autor da pesquisa, Maurício Yonamine, à Agência FAPESP.

Segundo Yonamine, determinadas substâncias encontradas na saliva indicam que o indíviduo estava sob o efeito de drogas no momento em que o material foi coletado, diferente dos exames de urina, por exemplo, que chegam a detectar a presença de substâncias ingeridas até uma semana antes.

O coletor de saliva é composto por um tubo de ensaio e um chumaço de algodão com ácido cítrico para estimular a salivação. "Basta colocar o algodão na boca do suspeito, guardar o material e levá-lo para análise", disse o farmacêutico-bioquímico. No laboratório, a saliva passa por um processo de cromatografia, utilizada para separar as diferentes substâncias presentes no material coletado, associado à espectrometria de massa, que identifica o tipo de substância encontrada.

"Existe uma tendência mundial pela utilização de amostras alternativas, como cabelo e suor. No Brasil, por exemplo, é muito complicado punir alguém pelo uso de drogas, pois o suspeito precisa aceitar ser levado a um hospital, deixar que amostras de sangue sejam colhidas e esperar pelo resultado. Pela saliva, em quatro horas já é possível obter o resultado", disse Yonamine.

A pesquisa foi apresentada na tese de doutoramento "A saliva como espécime biológico para monitorar o uso de álcool, anfetamina, metanfetamina, cocaína e maconha por motoristas profissionais", sob orientação do professor Ovandir Alves Silva, da FCF.


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