Estudo aponta que o foie gras pode causar ou potencializar a amiloidose – acúmulo de proteína que normalmente não está presente no corpo humano e com potencial de compromenter o funcionamento de vários órgãos

Patê traiçoeiro
19 de junho de 2007

Estudo aponta que o foie gras pode causar ou potencializar a amiloidose – acúmulo de proteína que normalmente não está presente no corpo humano e com potencial de comprometer o funcionamento de vários órgãos

Patê traiçoeiro

Estudo aponta que o foie gras pode causar ou potencializar a amiloidose – acúmulo de proteína que normalmente não está presente no corpo humano e com potencial de comprometer o funcionamento de vários órgãos

19 de junho de 2007

Estudo aponta que o foie gras pode causar ou potencializar a amiloidose – acúmulo de proteína que normalmente não está presente no corpo humano e com potencial de compromenter o funcionamento de vários órgãos

 

Agência FAPESP – Quando se acumula ao redor dos vasos sangüíneos e em diversos tecidos, o amilóide, proteína que normalmente não está presente no corpo humano, causa a amiloidose. A doença, rara e incurável, pode ser potencializada pelo consumo de foie gras – uma típica iguaria francesa feita a partir do fígado de gansos ou patos superalimentados.

A conclusão é de uma pesquisa realizada por cientistas norte-americanos e suecos, que será publicada esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).

As amiloidoses são disfunções causadas pelo dobramento de proteínas amilóides adquiridas ou herdadas, que são convertidas em agregados fibrosos. O processo pode ser iniciado ou acelerado por nódulos fibrosos formados a partir de precursores amiloidogênicos que servem como Fatores de Potencialização Amilóide (FPA).

O grupo fez uma análise histoquímica de várias amostras de foie gras de pato ou ganso comercializado nos Estados Unidos e na França e constatou a presença de amilóide. Aplicando porções da proteína extraída do alimento em camundongos geneticamente modificados e suscetíveis à amiloidose, a equipe constatou que o soro presente na iguaria age como um potente FPA.

O trabalho destaca que, quando os animais receberam – por injeção ou alimentação – o amilóide extraído de foie gras, desenvolveram extensos depósitos patológicos sistêmicos. Os dados experimentais, de acordo com os pesquisadores, fornecem evidências de que comida que contém amilóide apressa o desenvolvimento da amiloidose em uma população suscetível.

A amiloidose é uma doença rara, que afeta oito em cada 1 milhão de pessoas. Progressiva e geralmente incurável, a patologia se apresenta em diversas formas. Na amiloidose primária, a causa é desconhecida, mas a doença está associada a alterações das células plasmáticas, como o mieloma múltiplo.

A amiloidose secundária é a que está associada a outras doenças, como tuberculose, infecções dos ossos ou artrite reumatóide, por exemplo. Há ainda a amiloidose associada ao envelhecimento normal, que afeta particularmente o coração. Normalmente, a causa do acúmulo excessivo de amilóide é desconhecida.

O acúmulo de grandes quantidades de amilóide pode compromenter o funcionamento normal de muitos órgãos. Os sintomas da amiloidose dependem do local onde amilóide se acumula. Muitos indivíduos apresentam poucos sintomas, enquanto outros apresentam uma doença grave e potencialmente letal.

O artigo Amyloidogenic potential of foie gras, de Alan Solomon e outros, pode ser lido por assinantes da Pnas em www.pnas.org.


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