Moisés Goldbaum, da USP e da Abrasco, apresentou a rede latino-americana de epidemiologia em Olinda (foto: E.Geraque)
No 6º Congresso Brasileiro de Epidemiologia, Ministério da Saúde faz retrospectiva de 100 anos de prevenção e controle de doenças no país, enquanto a Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva fecha acordo internacional de olho no futuro do setor
No 6º Congresso Brasileiro de Epidemiologia, Ministério da Saúde faz retrospectiva de 100 anos de prevenção e controle de doenças no país, enquanto a Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva fecha acordo internacional de olho no futuro do setor
Moisés Goldbaum, da USP e da Abrasco, apresentou a rede latino-americana de epidemiologia em Olinda (foto: E.Geraque)
Agência FAPESP - Uma rede latino-americana de pesquisa foi formada durante o 6º Congresso Brasileiro de Epidemiologia, encerrado na quarta-feira (23/6), no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda (PE), que reuniu mais de 3 mil pesquisadores e especialistas de 20 países.
"Essa rede será muito importante, principalmente para que as pesquisas em epidemiologia sejam fortalecidas", disse Moisés Goldbaum, presidente da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco), à Agência FAPESP. "A realidade da saúde coletiva tem mostrado que as cooperações entre os países do hemisfério Sul precisam ser incrementadas."
O crescimento da produção científica nos países latino-americanos e a presença de 12 deles em Olinda foram fatores que contribuiram, de forma decisiva, para a criação da rede, segundo Goldbaum, também professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. "Uma das coisas que já acertamos é o intercâmbio de pareceristas entre os países, num fluxo que deve ser maior do Brasil para o exterior. Temos uma massa crítica bastante expressiva, que poderá contribuir bastante com os nossos vizinhos."
Além do futuro, o congresso também olhou para o passado. Uma mostra organizada pelo Ministério da Saúde, que deve percorrer outras cidades do país nos próximos meses, traçou uma retrospectiva sobre os últimos 100 anos de prevenção e controle de doenças.
Os paulistas Emílio Ribas (1862-1925) e Oswaldo Cruz (1872-1917), o mineiro Vital Brazil (1865-1950) e o carioca Adolfo Lutz (1855-1940) são nomes que mereceram destaque na exposição, que contou com a assesoria científica de profissionais da Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro.
Segundo Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, também presente em Olinda, fatos como as erradicações da varíola, pólio e febre amarela urbana são suficientes para afirmar que, embora haja muito o que fazer, o Brasil está no caminho certo.
Histórias importantes do passado recente, que vão servir para balizar políticas públicas em um futuro próximo, também são percebidas na mostra. No passado, a idéia errada – incorporada no Brasil – de que todas as doenças transmissíveis seriam erradicadas, fez com que as equipes de vigilância baixassem a guarda.
O ressurgimento de doenças como o cólera e o dengue, apenas para ficar com dois exemplos, além do aumento dos casos de tuberculose no mundo, mostram que o complexo mundo da saúde merece atenção redobrada permanente.
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