Partes da biodiversidade
20 de março de 2006

Com representantes de 187 países, começa em Curitiba a COP 8, para discutir temas como proteção da biodiversidade, biopirataria, invasão de espécies exóticas e repartição de benefícios para comunidades tradicionais

Partes da biodiversidade

Com representantes de 187 países, começa em Curitiba a COP 8, para discutir temas como proteção da biodiversidade, biopirataria, invasão de espécies exóticas e repartição de benefícios para comunidades tradicionais

20 de março de 2006

 

Agência FAPESP - Os principais grupos sociais do mundo, quer sejam de cunho científico, político ou da sociedade civil, estarão representados em Curitiba a partir de segunda-feira (20/3). Até o dia 31, a capital paranaense será palco de debates, reuniões, protestos e de muita preocupação ao redor da diversidade biológica do planeta.

O motivo é a Oitava Reunião da Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP 8), principal evento ambiental realizado no país desde 1992, quando ocorreu a Rio-92, outro evento oficial do calendário da Organização das Nações Unidas (ONU).

Há quem diga que reuniões como essa são apenas burocráticas, que o gasto de dinheiro é alto e que muitos assuntos relevantes acabam ficando para depois. Mas os mais otimistas, e também os ativistas das organizações não-governamentais, apontam que as próximas duas semanas terão um grande significado.

Assuntos do mundo real, como a perda de vida nas ilhas oceânicas, a destruição de áreas fundamentais do ponto de vista cultural e biológico, como os Andes, a Floresta Amazônica, os recifes de corais e muitos outros constam tanto da pauta oficial como da paralela do evento.

Mas a simples discussão desses temas, ou mesmo a apresentação de alguns deles para a sociedade em geral por meio da mídia, já é um fator de peso. Pela programação oficial da COP 8, apenas na lista dos chamados eventos paralelos há 242 itens. Mesmo que uma parte deles não ocorra – nem todos ainda estão confirmados – haverá debates para todos os gostos.

Enquanto isso, nas salas oficiais os protagonistas serão os delegados de 187 países mais a União Européia, que assinaram a Convenção sobre Biodiversidade Biológica na Rio 92. Sobre as mesas de discussões estarão temas como biopirataria, a iniciativa taxonômica global que ainda precisa ganhar fôlego e a invasão de espécies exóticas.

Outro tema polêmico, que movimentou os debates nas semanas que antecederam a COP 8, é o chamado regime de repartição dos benefícios, ou seja, o direito de os detentores do conhecimento tradicional receberem recursos por serviços e produtos oferecidos à sociedade. Bastante difícil de ser operacionalizado, o assunto deve tomar muito tempo dos negociadores.

Do ponto de vista geral, o sucesso ou não da COP 8 está atrelado aos esforços que serão pactuados para que a Convenção sobre Diversidade Biológica ganhe força. Até hoje, grande parte das obrigações presentes no texto não foi implementada. Ainda assim, será difícil cumprir as metas de redução de perda da biodiversidade previstas para 2010 e acordadas entre as partes em reuniões anteriores.

A FAPESP estará presente na COP 8 com um estande no espaço destinado a exposições. Também realizará um evento especial, no dia 22, às 18h, com o lançamento do Flora Brasilensis On-Line, que tornará disponível, pela internet, parte da obra monumental do naturalista alemão Carl Friedrich Philipp von Martius, importante para o avanço do conhecimento sobre a diversidade de plantas do Brasil.

Além disso, diariamente a Agência FAPESP enviará informações sobre a reunião diretamente de Curitiba.

Mais informações: www.biodiv.org e www.cdb.gov.br


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