Foto: Eduardo Cesar
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP, desenvolve projeto para alterar os genes responsáveis pela composição química da parede celular do eucalipto, de modo a melhorar a qualidade do papel e diminuir o impacto ambiental
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP, desenvolve projeto para alterar os genes responsáveis pela composição química da parede celular do eucalipto, de modo a melhorar a qualidade do papel e diminuir o impacto ambiental
Foto: Eduardo Cesar
Em entrevista à Agência FAPESP, o professor associado do departamento de genética da Esalq e coordenador do projeto, Carlos Alberto Labate, disse que já foram investidos, ao todo, aproximadamente US$ 2 milhões na pesquisa. O projeto é financiado pela FAPESP e pela Companhia Suzano de Papel e Celulose, por intermédio do Instituto Uniemp.
"O objetivo é diminuir o teor de lignina e aumentar a concentração de celulose do eucalipto. Iremos melhorar a qualidade da madeira buscando uma composição química mais adequada para a indústria do papel e celulose", disse Labate. Os resultados deverão levar a um menor impacto ambiental, pois a idéia é diminuir a quantidade de compostos químicos no processo de extração da celulose. Para isso, os pesquisadores irão utilizar técnicas de biotecnologia, como genômica, proteômica, transgenia, além da bioinformática.
Segundo Labate, com os genes de interesse já clonados, os pesquisadores estão começando a modificar as características das plantas de eucalipto, para avaliar o impacto da expressão dos genes na produção. "Essas plantas transgênicas estão sendo testadas para identificarmos os genes que apresentam melhores resultados", disse.
De acordo com o cronograma da FAPESP, o projeto deve ser finalizado em julho de 2005, porém Labate especula que, antes da data, os pesquisadores possivelmente já terão resultados concretos baseados em ensaios de campo, com plantações de mudas geneticamente modificadas.
"Só estamos esperando o momento certo para começarmos a pôr em prática alguns experimentos. Com a mudança da legislação sobre os transgênicos, a situação está meio confusa. Talvez os resultados práticos demorem um pouco mais do que a gente imagina", alerta Labate.
A meta do laboratório de genética Max Feffer é desenvolver tecnologia para que os produtores de papel tenham uma metodologia específica para desenvolver inovação tecnológica com a madeira já modificada. "Nossa função é produzir os meios para que a indústria faça a inovação, aproximando cada vez mais os pesquisadores e as empresas", disse.
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