Papel das empresas
17 de novembro de 2005

Participantes de debate na Conferência Nacional de C&T concordam que as empresas brasileiras precisam aumentar o investimento em inovação tecnológica, hoje de apenas 0,42%

Papel das empresas

Participantes de debate na Conferência Nacional de C&T concordam que as empresas brasileiras precisam aumentar o investimento em inovação tecnológica, hoje de apenas 0,42%

17 de novembro de 2005

 

Agência FAPESP - As empresas precisam aumentar o investimento em inovação tecnológica. A afirmação foi dita em tom de consenso pelos participantes do debate "Economia do conhecimento", realizado na quarta-feira (16/11), primeiro dia da 3ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), em Brasília.

"A Unicamp [Universidade Estadual de Campinas] está em segundo lugar entre os principais patenteadores brasileiros, mas, em países com tradição em investimento em inovação, as universidades aparecem apenas a partir do décimo lugar. São as grandes empresas que ocupam os primeiros postos", disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, um dos participantes do debate.

No Brasil, as empresas destinam apenas 0,42% do Produto Interno Bruto para pesquisa e desenvolvimento (P&D), muito pouco comparado com os países mais desenvolvidos, que investem 2% ou mais. Além disso, de acordo com outro dado apresentado na Conferência em Brasília, apenas 23% dos cientistas brasileiros trabalham em empresas, o que faz com que muitos dos projetos desenvolvidos estejam distantes da realidade do mercado.

Para Rodrigo Loures, presidente de política industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), esse cenário encontra-se na contramão do que é exigido para o bom andamento da economia. "Com a desmaterialização da economia, o conhecimento relevante que tem valor para o consumidor é o que gera riqueza para o país", disse, segundo comunicado da CNCTI.

O desafio, então, é gerar idéias e conhecimento que possam ser negociados. "Sem um sistema empresarial capaz de investir em novos produtos, não seremos capazes de deflagrar o crescimento necessário para a geração de riqueza", destaca Luciano Coutinho, professor do Instituto de Economia da Unicamp.


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