Campanhas para alertar a população sobre o risco do molusco invasor são lançadas pela Embrapa Pantanal
Campanhas para alertar a população sobre o risco do molusco invasor são lançadas pela Embrapa Pantanal em várias cidades do Mato Grosso do Sul. Se as ações preventivas falharem, poderão ocorrer sérios prejuízos econômicos e ambientais
Campanhas para alertar a população sobre o risco do molusco invasor são lançadas pela Embrapa Pantanal em várias cidades do Mato Grosso do Sul. Se as ações preventivas falharem, poderão ocorrer sérios prejuízos econômicos e ambientais
Campanhas para alertar a população sobre o risco do molusco invasor são lançadas pela Embrapa Pantanal
Agência FAPESP - Comunidades ribeirinhas e pescadores de cidades como Corumbá, Aquidauana, Anastácia e Miranda, todas no Mato Grosso do Sul, conhecem o problema. O mexilhão dourado, molusco bivalve originário dos rios da China, já invadiu algumas regiões do Brasil e pode causar, se nada for feito, prejuízos econômicos e ambientais sérios no Pantanal brasileiro.
"Lançamos na semana passada um plano emergencial para o controle do mexilhão, dentro da estratégia nacional criada pelo ministério do Meio Ambiente, que já foi implantada em São Paulo e no Paraná", disse Márcia Divina de Oliveira, da Embrapa Pantanal, à Agência FAPESP. A pesquisadora explica que por "emergencial" quer aludir à velocidade da invasão e não a um problema específico que precisaria ser resolvido com urgência.
"São medidas para acertar os ritmos. Enquanto os mexilhões se deslocam com uma velocidade bastante grande, nós estamos muito lentos", disse Márcia. No Mato Grosso do Sul, desde 1998 o mexilhão dourado é encontrado em vários rios do Estado. Esse molusco, que teve origem na China – e chegou ao Brasil pela água de lastro dos navios –, pode causar um grande problema econômico e ambiental para as regiões invadidas.
Segundo a pesquisadora da Embrapa Pantanal, na primeira semana o plano conseguiu reunir 100 pessoas. A intenção dessa força tarefa inicial será treinar e capacitar a população das áreas de potencial risco. O mexilhão dourado, entre outras formas, pode ser disseminado pelo tráfego de embarcações que se deslocam, por via terrestre, entre uma e outra bacia.
Márcia explica que as larvas e os adultos do mexilhão podem ficar nas plantas e nas poças de água dos barcos, além de se incrustarem nos cascos dessas mesmas embarcações. Por isso, alertam os pesquisadores, é fundamental que os barcos sejam limpos quando retirados da água. O uso de tintas antiincrustrantes também é importante.
O mexilhão dourado pode invadir tubulações e bombas de estações de captação e tratamento de água – o que já foi observado em Corumbá e em outros lugares do Brasil –, causando sérios prejuízos econômicos. A espécie invasora também é um risco para a comunidade de peixes e de invertebrados que vivem na região, dizem os cientistas.
Os ribeirinhos foram receptivos com as campanhas até agora, explica Márcia. "Um dos setores ausentes nas primeiras reuniões foi o turismo, mas é muito importante que os pescadores profissionais e amadores, que se hospedam nos hotéis da região, também ajudem."
A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.