O gênero Myiopagis está presente nos bandos da Mata Atlântica
Cientistas brasileiros investigam a relação entre fragmentos da Mata Atlântica em Minas Gerais e a composição de bandos mistos de aves. Os resultados mostram que esse tipo de abordagem pode auxiliar na sustentação de estratégias de conservação florestal
Cientistas brasileiros investigam a relação entre fragmentos da Mata Atlântica em Minas Gerais e a composição de bandos mistos de aves. Os resultados mostram que esse tipo de abordagem pode auxiliar na sustentação de estratégias de conservação florestal
O gênero Myiopagis está presente nos bandos da Mata Atlântica
Os ecólogos e zoológos que investigam o comportamento das aves na natureza sabem que muitas espécies, além de serem dependentes das áreas florestadas, também sobrevivem por terem aprendido a viver em bandos.
O estudo feito pelos cientistas naturais Marcos Maldonado-Coelho, da Universidade do Missouri, nos Estados Unidos, e Miguel Marini, da Universidade de Brasília, publicado nos Papéis Avulsos de Zoologia, relacionou, a partir de variáveis ligadas ao espaço e ao tempo, os bandos multiespecíficos – duas ou mais espécies – com os fragmentos da Mata Atlântica em Minas Gerais. A sobrevivência de todos os pássaros está relacionada à cadeia de interações ecológicas que existe entre eles.
Os pesquisadores observaram três tipos diferentes de bandos: os heterogêneos; os de sub-bosque; e os que vivem na altura das copas das árvores. No primeiro não se registrou uma influência significativa entre a área do fragmento e a composição dos bandos. Nesse tipo específico, segundo a pesquisa, a sazonalidade é o que mais afeta a presença, ou não, de certas espécies na floresta.
Nos outros bandos analisados, os cientistas identificaram que a sobrevivência de certas espécies está intimamente ligada à coexistência específica. Nesse caso, a alta fragmentação da Mata Atlântica é um problema ambiental sério para as aves.
"A sugestão é que se mantenha a maior área possível de cobertura vegetal dos fragmentos e com uma reduzida distância entre estes", dizem os pesquisadores no estudo. Segundo eles, isso permitiria a existência de uma maior riqueza de espécies e também facilitaria a dispersão dos organismos entre os fragmentos, favorecendo a manutenção de interações biológicas, como são os próprios bandos mistos de aves.
Além de aumentar os conhecimentos da biologia e ecologia dos pássaros que vivem em bandos, os pesquisadores também defendem que investigações como essas realizadas em Minas Gerais sejam utilizadas para auxiliar eventuais estratégias de conservação da Mata Atlântica.
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