Estudo feito no Rio Grande do Sul mostra que a maior parte de casos de contaminação por hantavírus no estado ocorre na primavera e em regiões serranas com atividade agrícola
Estudo feito no Rio Grande do Sul mostra que a maior parte de casos de contaminação por hantavírus no estado ocorre na primavera e em regiões serranas com atividade agrícola
Conforme mostra o estudo "Ecologia da paisagem da hantavirose no Estado do Rio Grande do Sul", de Waldir Henkes (PUC/RS) e Christovam Barcellos (Fiocruz/RJ), o ramo da biologia que procura compreender as relações que o meio ambiente estabelece com ele mesmo e com a sociedade que o modifica é um dos caminhos possíveis para se enfrentar as complexidades ecológicas atuais. O estudo foi publicado na edição de dezembro da Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.
Dessa forma, a partir do mapeamento dos casos de hantaviroses no Rio Grande do Sul e de sobreposição dessas ocorrências sobre os mapas de vegetação e de relevo, os pesquisadores conseguiram obter um quadro geral sobre o comportamento da doença. Os agricultores da região serrana do estado, onde a atividade agrícola se faz presente, foram os mais atingidos pelo hantavírus.
Dos 31 casos da doença dentro das fronteiras gaúchas, 90% deles ocorreram na metade oriental do estado, 91,4% atingiram homens e 54,8% eram agricultores. Em termos geográficos, a maioria dos casos ocorreu na encosta inferior do Planalto Gaúcho e da Serra Gaúcha e durante os meses da primavera.
Segundo os pesquisadores, essas relações se confirmam uma vez que "a atividade agrícola proporciona maior contato com as viroses. E, os homens ainda são os mais contaminados por serem a maior parte da mão-de-obra rural".
Como essa atividade econômica também transforma a vegetação local, os roedores, que transmitem a hantavirose ao homem por meio de seus excrementos, vão buscar alimentos nos locais de plantio e armazenamento dos grãos, fechando, dessa forma, o ciclo da doença.
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