Livros lançados na COP abordam a biodiversidade do Semi-Árido do Brasil
(foto:Ibama)

Páginas da biodiversidade
22 de março de 2006

Site e livros lançados na COP 8 contribuem para o aumento do conhecimento da diversidade biológica brasileira, primeiro passo para que a conservação efetiva possa ser feita

Páginas da biodiversidade

Site e livros lançados na COP 8 contribuem para o aumento do conhecimento da diversidade biológica brasileira, primeiro passo para que a conservação efetiva possa ser feita

22 de março de 2006

Livros lançados na COP abordam a biodiversidade do Semi-Árido do Brasil
(foto:Ibama)

 

Agência FAPESP - O Semi-Árido é uma região esquecida em praticamente todos os sentidos. Mesmo do ponto de vista científico, não faz muito tempo que a biodiversidade da Caatinga passou a ser reconhecida.

Nesta semana, durante a Oitava Reunião da Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP 8), em Curitiba, duas importantes contribuições para o conhecimento da região chegam em forma de livro.

Towards greater knowledge of the Brazilian Semi-Árido, em inglês, apresenta um inventário do que se sabe da biodiversidade da região. Todas as pesquisas foram financiadas pelo Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio), do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Feito especialmente para o público internacional, o livro traz artigos que mostram a experiência da pesquisa com herbários e a situação dos animais na região, além do uso de novas metodologias. A publicação se completa com um CD-ROM, com imagens e a versão do livro em português.

A segunda publicação, Checklist, é um levantamento da biodiversidade nordestina, o primeiro de uma região inteira, e possui mais de 8 mil espécies de plantas catalogadas.

A estimativa é que existam no Brasil cerca de 60 mil espécies sendo que 14% desse total está representado no livro. O trabalho envolveu mais de 120 autores e teve a participação de institutos internacionais. Também em inglês, Checklist, assim como Towards greater knowledge of the Brazilian Semi-Árido, será distribuído para representantes da comunidade científica.


Plantas

Exatos cem anos após a publicação do último volume da Flora Brasiliensis, a monumental obra do médico e botânico alemão Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868) torna-se mais acessível aos cientistas e ao público em geral por meio da internet.

O site Flora Brasiliensis On-Line (http://florabrasiliensis.cria.org.br) será lançado nesta quarta-feira (22/3), na COP 8, projeto foi financiado pela FAPESP, Natura Cosméticos e Vitae Apoio à Cultura, Educação e Promoção Social.

Pela internet, o visitante poderá conhecer o trabalho de von Martius, ainda hoje o mais completo e abrangente levantamento da flora nacional, referência indispensável a biólogos. Além de informações sobre mais de 22 mil espécies, o site apresenta reproduções em alta resolução de desenhos contidos na obra.

O lançamento da Flora Brasiliensis On-Line será às 18h30 no Pavilhão de Exposições da Expotrade.


Aves

Também na quarta-feira, a Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (Save), braço da Birdlife International no país, lança na reunião em Curitiba a obra Áreas importantes para a conservação das aves no Brasil.

As regiões descritas no livro foram mapeadas em estudo que durou cinco anos. Entre as 163 áreas identificadas no Brasil, que somam 8,3 milhões de hectares, a Bahia aparece como o estado com mais número de regiões críticas, 31, seguida por Minas Gerais, com 18. Em superfície, o Rio Grande do Sul é o primeiro na lista, com pouco mais de 1 milhão de hectares distribuídos em 12 áreas importantes para conservação.

O Brasil tem cerca de 1,8 mil espécies de aves, o equivalente a 20% das espécies do mundo. É o terceiro país em diversidade de aves, atrás apenas da Colômbia e do Peru. No entanto, é o primeiro em número de espécies em extinção. Das 1.212 aves ameaçadas, 118 estão no país, incluindo o mutum-do-nordeste (Mitu mitu) e a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii).

Mais informações sobre o livro: birdlifebrasil@uol.com.br

Mais informações sobre a COP 8: www.biodiv.org e www.cdb.gov.br


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