Crânio de hominídeo descoberto em Sima de los Huesos, na Espanha, datado de 350 mil anos e atribuído à espécie Homo heidelbergensis (foto: Javier Trueva)

Ouvidos modernos
22 de junho de 2004

Pesquisadores espanhóis descobrem que povos pré-históricos adquiriram há mais de 350 mil anos capacidade auditiva semelhante à do homem moderno, da faixa de freqüência da língua falada

Ouvidos modernos

Pesquisadores espanhóis descobrem que povos pré-históricos adquiriram há mais de 350 mil anos capacidade auditiva semelhante à do homem moderno, da faixa de freqüência da língua falada

22 de junho de 2004

Crânio de hominídeo descoberto em Sima de los Huesos, na Espanha, datado de 350 mil anos e atribuído à espécie Homo heidelbergensis (foto: Javier Trueva)

 

Agência FAPESP - Povos pré-históricos adquiriram capacidade auditiva semelhante à do homem moderno há mais de 350 mil anos. A revelação é de um estudo feito por cientistas espanhóis e publicado na edição de 22 de junho da Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

O homem se diferencia da maioria dos primatas por manter uma sensibilidade auditiva de 2 kHz a 4 kHz, faixa de freqüência que inclui a informação transmitida por meio da linguagem falada. Em comparação, o ouvido do chimpanzé está adaptado a funcionar em dois picos, a 1 kHz e a 8 kHz.

Para tantar estimar quando, na escala evolutiva, o homem adquiriu a capacidade auditiva moderna, a equipe liderada por Ignacio Martinez, do Departamento de Geologia da Universidade de Alcalá, analisou a influência das estruturas ósseas na filtragem acústica do ouvido interno e externo em fósseis. Os crânios, de hominídeos que viverem no período Pleistoceno, há 1,8 milhão de anos, foram descobertos no sítio arqueológico Sima de los Huesos, na Espanha.

Por meio de diversos testes e medições, os pesquisadores concluíram que a capacidade auditiva dos hominídeos estava entre 3 kHz e 5 kHz, similar à do homem moderno. Como os fósseis fazem parte da linha evolutiva do Neandertal e não estão diretamente ligados ao homem moderno, os autores sugerem que um ancestral comum, que teria vivido há cerca de 500 mil anos, pode ter tido sua capacidade auditiva evoluída para a faixa da linguagem falada.

PNAS: www.pnas.org


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