Nível sonoro no centro de Curitiba está alto, mostra estudo da UFPR

Ouvidos agredidos
21 de setembro de 2005

Pesquisa feita com moradores do centro e de um bairro residencial de Curitiba verifica que mais da metade das pessoas se sente incomodada com os ruídos urbanos

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Pesquisa feita com moradores do centro e de um bairro residencial de Curitiba verifica que mais da metade das pessoas se sente incomodada com os ruídos urbanos

21 de setembro de 2005

Nível sonoro no centro de Curitiba está alto, mostra estudo da UFPR

 

Agência FAPESP - O centro de Curitiba, conforme dados gerados pelo Laboratório de Acústica Ambiental da Universidade Federal do Paraná (UFPR) desde 2002, tem um nível sonoro acima dos padrões considerados aceitáveis pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Em um dos bairros residenciais da cidade, analisado pela primeira vez em 2001, a situação é bem melhor. Mas o que os habitantes dessas duas regiões pensam disso?

Os três autores do artigo Estudo comparativo da percepção do ruído urbano, publicado na Revista de Saúde Pública, tentaram responder a essa pergunta. Elaine da Paz e Andressa Ferreira são alunas do professor Paulo Henrique Zannin, coordenador do laboratório da UFPR e um dos principais especialistas do país em estudos de poluição sonora.

O valor médio do nível sonoro para a região central da capital do Paraná foi de 72,9 decibéis. A OMS considera que acima dos 70 decibéis o nível de ruído é considerado desgastante para o organismo humano. No bairro residencial as medidas ficaram, na média, em 53,3 decibéis.

Com os dados nas mãos, os pesquisadores desenvolveram uma metodologia para resgatar a percepção pública dos barulhos urbanos. Enquanto para o bairro os indicadores estatísticos explicaram 98% do fenômeno, no centro, a percepção pública conseguiu detectar 81% do problema.

No centro da capital paranaense 94% dos entrevistados afirmaram estar incomodados com os ruídos – 30% se disseram muito incomodados. Mesmo no mais silencioso bairro, o total foi elevado: 50,5%. Quanto ao nível de conhecimento do problema, 95,5% nos dois grupos afirmaram saber que os ruídos podem causar prejuízos à saúde.

Os dados objetivos e subjetivos ao longo do tempo indicam fatos diferentes. Nos últimos quatros anos, no centro de Curitiba, os níveis de ruído mantiveram-se altos. Entretanto, para 78,3% dos participantes, os ruídos aumentaram ou aumentaram extremamente. Segundo os pesquisadores, isso se explica pela recente ocupação do centro da cidade. Como os aluguéis são mais baratos lá, muitas pessoas deixaram zonas menos barulhentas e, agora, estão com uma sensbilidade maior ao barulho.

No bairro, a questão é outra. Para 71,7% da população estudada os ruídos aumentaram ou aumentaram bem pouco. Nessa área da cidade, dizem os autores, a preocupação maior é impedir que os sons urbanos ultrapassem nos próximos anos o limite considerado aceitável pelos órgãos de saúde. Em ambos os casos, o tráfego de veículos foi considerado o gerador de ruídos mais pertubador pelos moradores. Os aviões – o bairro em questão fica em uma área de rota aérea – também apareceram com intensidade.

Para ler o artigo na íntegra, na biblioteca on-line SciELO, clique aqui.


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