Guilherme Ary Plonski, do IPT, falou no evento sobre os desafios de se fazer a transferência do conhecimento gerado nos laboratórios científicos para o mercado (foto: Thiago Romero)
Em simpósio na Unifesp, representantes da indústria farmacêutica, das agência de fomento e dos institutos de pesquisa, como Guilherme Ary Plonski (foto), do IPT, falam sobre os desafios de se fazer a transferência do conhecimento gerado nos laboratórios científicos para o mercado
Em simpósio na Unifesp, representantes da indústria farmacêutica, das agência de fomento e dos institutos de pesquisa, como Guilherme Ary Plonski (foto), do IPT, falam sobre os desafios de se fazer a transferência do conhecimento gerado nos laboratórios científicos para o mercado
Guilherme Ary Plonski, do IPT, falou no evento sobre os desafios de se fazer a transferência do conhecimento gerado nos laboratórios científicos para o mercado (foto: Thiago Romero)
Agência FAPESP - Se preocupar com prazos e custos. Não publicar ou divulgar pesquisas, por mais prestígio que tenha a revista científica ou o congresso em questão. Qualquer pesquisador brasileiro que queira ter uma patente com possibilidade de licenciamento precisa colocar os itens acima em sua cartilha.
Os conselhos, dados de forma clara e objetiva pelos especialistas presentes, foram ouvidos por todos que estiveram presentes no primeiro dia do "Fórum de Debates Unifesp/UFSCar - Inovação, Gestão e Proteção de Tecnologia: Desafios e Soluções", que termina nesta quarta-feira (12/5) em São Paulo.
"O que nós queremos são produtos. E, ainda por cima, muito bem protegidos", resumiu José Magalhães, representante no debate da empresa Biolab, do setor farmacêutico. "É preciso ter em mente que inovação não é pesquisa, mas sim a geração de produtos e a conquista de mercado. Empresa não faz ciência e universidade também não faz desenvolvimento tecnológico ou de produto."
Segundo Magalhães, dentro da gestão de um projeto de transferência de conhecimento é fundamental que exista confiança dos dois lados envolvidos com o processo. "Haverá sempre um acompanhamento e uma cobrança", disse. Para ele, a formação de interlocutores, tanto na universidade como nas empresas, pode ser uma forma de diminuir os constantes atritos que existem entre as partes.
"Essa interface entre indústria e conhecimento científico é algo natural para nós. Estamos acostumados a vivenciar processos que envolvam os dois lados", contou Guilherme Ary Plonski, diretor do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, também presente no simpósio. Para o engenheiro, um dos desafios do futuro na área de inovação tecnológica é tentar diminuir uma certa "hiperplasia" que existe hoje quando se discute a questão das patentes.
"O caminho para patentear algo é apenas um, entre vários, que existe para se licenciar a propriedade intelectual. Nem sempre a patente é importante. O que estamos vendo é uma competição grande para ver quem tem mais registros, mas é preciso verificar quanto disso realmente está dando retorno", afirmou Plonski. "Além das questões legais, a questão cultural envolvendo a transferência de conhecimento científico dos centros de pesquisa para o mercado é algo que precisa mudar com urgência."
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