Pílulas de ecstasy

Os perigos do ecstasy na gravidez
01 de setembro de 2003

Estudo feito por pesquisadores americanos mostra que o consumo da droga durante a gravidez pode provocar danos cerebrais e alterações no comportamento da criança

Os perigos do ecstasy na gravidez

Estudo feito por pesquisadores americanos mostra que o consumo da droga durante a gravidez pode provocar danos cerebrais e alterações no comportamento da criança

01 de setembro de 2003

Pílulas de ecstasy

 

Agência FAPESP - Um estudo feito pelo Centro Médico Rush-Presbyterian-St. Luke, dos Estados Unidos, mostra que o uso da droga ecstasy durante os três primeiros meses de gravidez pode provocar danos cerebrais na criança.

A pesquisa foi publicada na edição de setembro do periódico Neurotoxicity and Teratology. O neurologista Jack Lipton, do centro norte-americano, demonstrou que a exposição de fetos de ratos ao ecstasy, durante um período similar ao primeiro trimestre da gestação humana, provocou mudanças químicas nos cérebros dos filhotes. Foram observadas também mudanças de comportamento.

Lipton e equipe injetaram a droga duas vezes por dia em ratos, do 14º ao 20º dia de gestação. Um número igual de animais recebeu injeções salinas como placebo durante o mesmo período. A descoberta mais alarmante aconteceu ao examinarem os filhotes recém-nascidos. Os que foram expostos ao ecstasy apresentaram um aumento em 502% no nível comum de dopamina, um neurotransmissor essencial para o funcionamento normal do sistema nervoso central.

O estudo também identificou mudanças de comportamento. Vinte e um dias após nascerem, os ratos foram transferidos de ambiente. Aqueles que foram expostos à droga no período de gestação passaram um tempo muito maior explorando o novo local e se adaptaram mais tardiamente do que os outros. De acordo com os cientistas, isso sugere que os ratos do primeiro grupo podem ter deficiências de aprendizado ou alterações em seus níveis de atenção e ansiedade.

O ecstasy, ou melhor, a 3,4 metilenodioxiamfetamina (MDMA), é uma droga conhecida há quase cem anos. Foi descoberta pelo laboratório alemão Merck em 1912 e patenteada dois anos depois. Apesar de ter sido verificado seu potencial como moderador de apetite, não se sabe os motivos de a MDMA não ter sido comercializada. Voltou à cena na década de 70, redescoberta por pesquisadores americanos ligados à contracultura, quando passou a ser utilizada como droga recreativa. No início dos anos 80, ganhou o nome ecstasy.


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