Foto: Eduardo Cesar

Os dois lados dos transgênicos
01 de agosto de 2003

Estudo de oito meses, realizado por 26 cientistas a pedido do governo inglês, conclui que os alimentos geneticamente modificados comercializados têm potencial "bastante baixo" de provocar riscos à saúde humana, mas alerta para os perigos ao meio ambiente, pedindo uma regulamentação rígida sobre o assunto

Os dois lados dos transgênicos

Estudo de oito meses, realizado por 26 cientistas a pedido do governo inglês, conclui que os alimentos geneticamente modificados comercializados têm potencial "bastante baixo" de provocar riscos à saúde humana, mas alerta para os perigos ao meio ambiente, pedindo uma regulamentação rígida sobre o assunto

01 de agosto de 2003

Foto: Eduardo Cesar

 

Agência FAPESP - O assunto, polêmico, teve que ser estudado por um mutirão. Durante os últimos oito meses, 26 cientistas do Reino Unido se debruçaram sobre os alimentos geneticamente modificados. Depois da análise de 600 publicações científicas sobre o tema, em 17 áreas do conhecimento, o resultado desta revisão deu munições tanto para o grupo que é contra, como para aqueles que são a favor das alterações genéticas realizadas em vegetais.

"No balanço final, pode-se dizer que os riscos que os alimentos geneticamente modificados podem causar a saúde humana são bastante baixos", diz o estudo, divulgado pelo jornal inglês Farmers Guardian, em 25 de julho. A afirmação foi feita em relação aos grãos disponíveis no mercado inglês. Apesar de baixos, os próprios cientistas alertam que alguns estudos mostraram que os riscos existem.

A revisão científica feita por este painel é uma das formas que o governo inglês escolheu para abordar o problema. A íntegra das conclusões será publicada apenas em setembro. Outros estudos, paralelos, também estão em andamento. O objetivo é que a ciência possa colaborar com a regulamentação destes produtos em um futuro próximo, pelo menos no contexto inglês.

As mesmas conclusões que absolveram a saúde dos homens condenaram o meio ambiente. Como o uso das tecnologias genéticas pode variar muito de um lugar a outro, e também ao longo dos anos, o estudo alerta que uma regulamentação rígida sobre o assunto deve ser feita o mais rápido possível.

Um exemplo, que vem das fazendas do Canadá, foi considerado emblemático. Alimentos geneticamente modificados para tolerar um tipo de herbicida fizeram com que as ervas daninhas também resistissem ao veneno. Para resolver o problema, os fazendeiros tiveram que aplicar outras substâncias tóxicas em suas lavouras.

Os problemas para o meio ambiente continuam. Segundo o painel inglês, os grãos transgênicos se misturam muito facilmente com os comuns, o que pode levar à contaminação de plantações naturais.

Os contrários aos alimentos geneticamente modificados também frisaram uma outra conclusão do painel inglês. Como a ciência ainda não tem respostas para várias perguntas, essa ausência de informação deve ser vista como uma forma de frear o avanço da tecnologia genética na agricultura.


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