Origem materna da calvície
06 de junho de 2005

Estudo indica que o androgênio é importante para a produção de cabelos, mas que os genes envolvidos com a recepção desse hormônio são herdados da mãe e não do pai

Origem materna da calvície

Estudo indica que o androgênio é importante para a produção de cabelos, mas que os genes envolvidos com a recepção desse hormônio são herdados da mãe e não do pai

06 de junho de 2005

 

Agência FAPESP - Homens com menos de 60 anos, que ainda têm dúvidas sobre seu destino capilar, terão que mudar o foco de suas observações familiares. Se o senso comum diz que olhar para o próprio pai é uma forma de conhecer o futuro nesse assunto, a partir de agora as cabeças dos avós maternos também ganham em importância.

Pesquisa realizada por equipes das universidades de Bonn e de Düsseldorf, na Alemanha, reforçou a importância do hormônio androgênio na produção de cabelos. Mas, ao mesmo tempo, também revelou que os receptores para essa substância química são mais afetados por genes do cromossomo X.

Se essa relação for comprovada, como indicam os pesquisadores em artigo que será publicado na edição de julho da American Journal of Human Genetics, a falha da produção de cabelo é transmitida pela mãe e não pelo pai, como seria o esperado. O estudo também mostrou que são as alterações nos receptores que promovem o aparecimento da calvície precoce.

Os resultados obtidos no estudo podem ser explicados a partir de duas hipóteses. No homem calvo, ou existe uma maior formação de receptores para o androgênio ou as mudanças genéticas fazem com que a ligação com o hormônio seja mais estável e, portanto, é mais difícil interrompê-la. Em ambos os casos é a potencialização do androgênio que causa a queda de cabelo.

Apesar das descobertas anunciadas pelos cientistas alemães, as próprias equipes alertam que, provavelmente, a causa para a calvície não está relacionada com apenas um único gene. O defeito hereditário, portanto, às vezes pode também ser transmitido de forma direta de pai para filho.

O artigo pode ser lido em: www.journals.uchicago.edu/AJHG.


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