Referência na pesquisa sobre gênero teatral que une vanguarda e tradição, livro Teatro de Formas Animadas, de Ana Maria Amaral, ganha nova edição (foto: divulgação)
Referência na pesquisa sobre gênero teatral que une vanguarda e tradição, livro Teatro de Formas Animadas, de Ana Maria Amaral, ganha nova edição
Referência na pesquisa sobre gênero teatral que une vanguarda e tradição, livro Teatro de Formas Animadas, de Ana Maria Amaral, ganha nova edição
Referência na pesquisa sobre gênero teatral que une vanguarda e tradição, livro Teatro de Formas Animadas, de Ana Maria Amaral, ganha nova edição (foto: divulgação)
Por Fábio de Castro
Agência FAPESP – Gênero teatral que utiliza bonecos, objetos e máscaras para representar pessoas, animais ou ideias abstratas, o teatro de formas animadas tem raízes em antigas tradições dramáticas, tanto no Ocidente como no Oriente. Em suas formas contemporâneas, essas técnicas que permitem dar vida a objetos inanimados no palco ganharam uma nova dinâmica de caráter vanguardista.
A evolução desse gênero ao longo da história do teatro é o tema do livro Teatro de Formas Animadas: Máscaras, Bonecos, Objetos , de Ana Maria Amaral, professora aposentada da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP).
Lançado em 1993, o livro, que se tornou referência central na bibliografia brasileira de estudos cênicos, estava esgotado e acaba de ganhar uma nova edição, pela Editora da USP (Edusp).
Amaral também é autora de O Teatro de Bonecos no Brasil e em São Paulo de 1940 a 1980 (1994), O Teatro de Marionete no Brasil , Teatro de Animação (1997) – que teve apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Publicações – e O Ator e seus Duplos (2002).
Além dos levantamentos documentais, as pesquisas que deram origem ao livro têm base em sua própria vivência profissional desde a década de 1970. Dramaturga, Amaral é diretora do Grupo O' CASULO – BonecObjeto, um grupo de pesquisa sobre novas expressões cênicas ligadas ao trabalho do ator com objetos, imagens, bonecos e máscaras.
“O livro é resultado de uma somatória de experiências como observadora e profissional, no Brasil e no exterior. Ele continua sendo uma referência básica, porque não há praticamente nada em português sobre o tema. Nos últimos anos, no entanto, foram concluídas várias pesquisas acadêmicas nessa área, tanto em nível de mestrado como de doutorado, no departamento de Artes Cênicas da ECA-USP e também em outras instituições", disse à Agência FAPESP.
Além de traçar um panorama geral da história do teatro de formas animadas, o livro traça também os rumos desse gênero em todo o mundo. “Eu mesma me afastei do teatro de bonecos tradicional e trabalho muito mais com imagem. No livro, além de traçar a história do gênero, procurei refletir sobre os novos caminhos do teatro de animação”, disse Amaral.
Segundo ela, o teatro de bonecos tradicional era predominantemente antropomórfico. Hoje, ainda que a imagem antropomórfica não seja excluída, ela não está mais no centro. No chamado “teatro pós-dramático”, os símbolos dominaram a cena.
“Uma pedra com um perfil humano, de uma anciã, pode ser usada para representar o eterno e o imutável, por exemplo. Ou uma atriz pode contracenar com pedaços de espelhos partidos, para remeter à ideia de rupturas”, disse, referindo-se a cenas de seus próprios espetáculos.
Segundo a autora, o teatro pós-dramático utiliza todos os elementos do teatro de animação, mas enfatiza a carga poética dos recursos visuais. “Podemos usar máscaras, ou transparências. Podemos utilizar partes para remeter ao todo: um olho, ou uma mão, um corpo decepado. A poesia substitui as conclusões racionais”, disse.
O teatro de animação está ligado a uma vanguarda cênica iniciada no início do século 20. “Em meio híbrido, surge uma nova concepção de dramaturgia que não se expressa através do racional, mas, dentro de uma temática dada, procura despertar o inconsciente pelas imagens, tocando mais a emoção”, disse Amaral.
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