Cientistas da Nasa conseguem identificar relação entre a produção de plâncton em grandes áreas desprovidas de gelo na Antártica e a presença de populações de pingüins ao redor
Cientistas da Nasa conseguem identificar relação entre a produção de plâncton em grandes áreas desprovidas de gelo na Antártica e a presença de populações de pingüins ao redor
As polynyas são grandes áreas de água livre, desprovidas de qualquer cobertura de gelo. A palavra vem do russo e significa "abertura na camada de gelo". Costumam aparecer no inverno antártico, tanto em oceano aberto, como em regiões costeiras. Próximo ao continente, formam-se em uma zona de até 100 quilômetros da costa. O vento forte sopra e impede que o gelo recém-formado permaneça nas áreas próximas ao litoral.
Essas regiões, que atingem proporções maiores no alto mar do que nas áreas litorâneas, têm condições ideais para que o plâncton marinho, organismos que formam a base da cadeia alimentar antártica, desenvolva-se em ritmo acelerado. Os nutrientes são abundantes em toda a Antártica. Como a camada de gelo nessas regiões está ausente, os raios solares penetram na lâmina de água com mais facilidade. Esta energia solar é fundamental para a geração de vida nas polynyas.
Os pesquisadores ficaram impressionados com a importância que as regiões desprovidas de gelo têm para a população de pingüins. Na região leste da Antártica, 90% das colônias do gênero Adelie vivem próximas as regiões de mar aberto.
Para Kevin Arrigo, professor assistente de geofísica na Universidade de Stanford, na Califórnia, que participou do estudo, ninguém tinha a idéia de que a relação agora identificada poderia ser tão estreita. "Qualquer mudança na produção das polynyas poderá trazer conseqüências dramáticas na população de pingüins e também em colônias de outros animais", disse.
Para o trabalho, publicado pelo Journal of Geophysical Research, foi investigado o ciclo de formação das polynyas entre 1997 e 2002 e a produção de plâncton. Ao todo, 37 sistemas foram analisados. O maior que os satélites conseguiram encontrar, no Mar de Ross, tinha quase 400 mil quilômetros quadrados.
A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.