Novo livro do norte-americano Michael Crichton apimenta briga entre os que crêem e os que duvidam da ação do homem no aquecimento global (foto: Nasa)

O tempo esquentou
17 de março de 2005

Novo livro do norte-americano Michael Crichton apimenta briga entre os que crêem e os que duvidam da ação do homem no aquecimento global. Leia na reportagem da nova edição da revista Pesquisa FAPESP

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Novo livro do norte-americano Michael Crichton apimenta briga entre os que crêem e os que duvidam da ação do homem no aquecimento global. Leia na reportagem da nova edição da revista Pesquisa FAPESP

17 de março de 2005

Novo livro do norte-americano Michael Crichton apimenta briga entre os que crêem e os que duvidam da ação do homem no aquecimento global (foto: Nasa)

 

Por Fabrício Marques

Revista Pesquisa FAPESP - State of fear, ficção do escritor norte-americano Michael Crichton recém-lançada nos Estados Unidos, narra uma história em que a luta entre o bem e o mal contrapõe ambientalistas radicais, no papel de terroristas dispostos a matar, e um time liderado por um misto de cientista e herói de filmes de ação chamado John Kenner, cujos argumentos põem em xeque as projeções apocalípticas sobre os efeitos das emissões de gases causadores do efeito estufa no aquecimento global.

Autor do best-seller Parque dos dinossauros, Crichton avisa que escreveu uma obra de ficção, sem ligação com fatos ou pessoas de verdade. Mas faz uma ressalva: gráficos e notas de rodapé com referências a artigos científicos são verdadeiros.

Ou seja: Dr. Kenner não existe, mas suas perturbadoras observações são compartilhadas por vários cientistas. Isso converteu o livro no mais recente combustível no debate sobre as mudanças climáticas, que voltou à ordem do dia com a entrada em vigor, no mês passado, do acordo diplomático que prevê a redução da emissão global de poluentes, o Protocolo de Kyoto.

Quem está convencido de que o planeta vem ficando mais quente em virtude da fumaça das indústrias e dos automóveis deplorou o livro, como era de esperar. "As conclusões são totalmente equivocadas, assim como há má-fé em comparar ecologistas com terroristas", diz Martin Hoffert, professor de física da Universidade de Nova York, resumindo a reação da enorme maioria da comunidade científica. Já os céticos, aqueles pesquisadores que duvidam do vínculo entre aquecimento global e emissão de gases, não esconderam a satisfação.

"O livro é divertido e trata a ciência com inteligência e responsabilidade", diz Richard Lindzen, professor de meteorologia do Massachusetts Institute of Technology (MIT), que lidera a caravana dos descrentes e, especula-se, serviu de inspiração do personagem principal (Dr. Kenner também é do MIT). A obra, que deve ser lançada em português pela Editora Rocco no segundo semestre, produziu calor e fumaça também na política.

O senador norte-americano James Inhofe, presidente da comissão do Senado que trata de ambiente, referiu-se ao livro como "a verdadeira história" das mudanças climáticas. Os Estados Unidos, nação mais poluidora do planeta, recusam-se a ratificar o Protocolo de Kyoto e a reduzir suas emissões.

Clique aqui para ler o texto completo da reportagem da edição 109 de Pesquisa FAPESP.

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