Relatório da ONU revela que a epidemia de Aids no mundo matou, em 2003, 3 milhões de pessoas, 300 mil a mais do que no ano anterior. Dos 40 milhões de infectados atualmente, 66% vivem na África subsaariana
Relatório da ONU revela que a epidemia de Aids no mundo matou, em 2003, 3 milhões de pessoas, 300 mil a mais do que no ano anterior. Dos 40 milhões de infectados atualmente, 66% vivem na África subsaariana
De acordo com a pesquisa, conduzida pelo Programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 5 milhões de pessoas foram infectadas apenas este ano. Em todo o mundo, a estimativa é de que 40 milhões sejam portadoras do HIV, vírus que causa a doença. Do total, 26,6 milhões vivem em países da África subsaariana.
"Os números deixam claro que nossos esforços atuais permanecem inadequados para enfrentar uma epidemia cada vez mais incontrolável", disse Peter Piot, diretor executivo da Unaids, na terça-feira (25/11), no lançamento do relatório em Londres.
O pior cenário está na África subsaariana, região responsável por mais de 60% dos novos casos de infecções e por 76% das mortes pela doença em 2003. "Mas é muito importante ressaltar que a epidemia é global e não apenas um problema africano", disse Piot.
De acordo com o relatório, 8% dos adultos que vivem na África subsaariana estão infectados. A segunda maior porcentagem do mundo está no Caribe, com até 3,1%. Em números absolutos, a área mais problemática, depois da região africana, compreende o sudeste e sul da Ásia, onde cerca de 6,4 milhões são portadores do HIV. Na América Latina, a estimativa é que 1,6 milhões estejam infectados.
O relatório da ONU elogia os programas preventivos e outras medidas adotadas para enfrentar a doença no Brasil. Cita o exemplo da incidência do HIV entre mulheres grávidas, que se manteve abaixo de 1%, com pequena variação nos últimos cinco anos.
"Mas o Brasil não deve repousar sobre suas conquistas. Foram medidas taxas de incidência de 3% a 6% do HIV entre mulheres no Rio Grande do Sul com acesso precário ao sistema de saúde público. Isso levanta a temerosa expectativa de que a epidemia esteja em curso, mas não detectada, em regiões mais remotas", escreveram os autores do trabalho.
Para ler o relatório completo, em inglês, francês, espanhol ou russo, clique aqui.
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